Folha de S. Paulo


Espanha prende oito acusados de recrutar combatentes para a Síria

A polícia da Espanha prendeu nesta sexta-feira oito pessoas em Ceuta, território do país no extremo norte da África, acusadas de participar de uma rede que recrutava combatentes para se juntar aos rebeldes no conflito na Síria.

Segundo o Ministério do Interior espanhol, os suspeitos são todos espanhóis e formavam uma quadrilha vinculada à rede terrorista Al Qaeda. O grupo atuava em Ceuta, no vizinho Marrocos e em partes da Espanha continental. As prisões são uma das partes da operação contra o terrorismo que começou em 2009.

A investigação começou após pais de oito jovens islâmicos irem à polícia de Ceuta informar sobre o sumiço de seus filhos, dentre eles um adolescente. Após uma série de escutas telefônicas e depoimentos, a polícia descobriu que eles haviam sido enviados ao país árabe.

Segundo os agentes, os oito jovens viraram combatentes rebeldes, sendo que três deles morreram como homens-bomba em ataques contra o regime de Bashar al-Assad.

A rede desarticulada pela Espanha tinha como base Fnideq, cidade marroquina ao lado de Ceuta. Os jovens de Ceuta, com cidadania espanhola, saíam do território em direção a Málaga e, em seguida, à Turquia, de onde entravam na Síria. Já os marroquinos deixavam o país por Casablanca.

A estimativa da polícia espanhola é que cerca de 700 jovens de toda a Europa se uniram à oposição síria nos combates. O ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, chamou a ação de "um golpe duro ao terrorismo internacional".

"LOBOS SOLITÁRIOS"

Para ele, um dos grandes problemas desse tipo de quadrilha é a criação de "regressados ou lobos solitários", que possam agir contra alvos europeus. Em maio, dois ataques feitos por muçulmanos radicados na Europa causaram preocupação para os governos locais.

No dia 15, o soldado britânico Lee Rigby foi morto a facadas por dois homens ao lado de um quartel de Woolwich, em Londres. Os dois suspeitos do crime são britânicos de origem nigeriana que se converteram ao islamismo há dez anos e frequentavam grupos radicais.

Três dias depois, outro militar foi ferido a facadas no centro de Paris. Um homem de 22 anos que morava no subúrbio da capital francesa confessou que sua intenção era matar o soldado e disse que foi motivado por ideologias religiosas.


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