Folha de S. Paulo


Rússia diz que manterá contrato para envio de mísseis antiaéreos à Síria

Sergei Lavrov, chanceler russo, afirmou nesta quinta-feira à TV estatal que a Rússia irá honrar o contrato de entrega de mísseis S-300 para a Síria. Essa venda tem sido alvo de controvérsia, com pressão internacional para que o país interrompa a transação.

Os avançados mísseis S-300, de superfície contra alvos aéreos, não devem alterar o balanço de poder na região, mas poderão dificultar futuras intervenções externas no país, como as supostamente realizadas por Israel.

"Respeitamos todos os nossos contratos e estamos honrando todas as nossas obrigações contratuais", afirmou Lavrov em entrevista. "Os contratos ainda não estão encerrados, e [os armamentos] não foram entregues."

A Rússia, com uma importante base naval na Síria, é um dos aliados do regime do ditador Bashar al-Assad, que enfrenta insurgência desde março de 2011. A ONU estima que mais de 93 mil pessoas já tenham sido mortas nos confrontos.

Ao lado da China, a Rússia barrou resoluções da ONU que condenariam o regime sírio. O país se opõe, também, à saída do ditador Assad, confrontando assim a posição americana.

CONFERÊNCIA

O chanceler russo afirmou, também nesta quinta, que os países ocidentais não estão dispostos a definir um cronograma preciso para a conferência de paz sobre a Síria.

Em maio deste ano, Rússia e Estados Unidos propuseram um encontro em Genebra para discutir o conflito civil sírio. Ainda não há previsão para a sua realização. O G8, em reunião durante essa semana, concordou em divulgar nota pedindo que a conferência pela paz seja feita "assim que possível".

Lavrov afirmou que a Rússia insistia que um cronograma fosse estabelecido para o encontro, mas que países ocidentais se recusaram. "Nossos parceiros no Ocidente preferiram não mencionar datas concretas porque não têm certeza de que vão conseguir convencer a oposição [a participar]."


Endereço da página: