Folha de S. Paulo


Enviado da ONU para a crise síria quer que Brasil participe de negociação

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, vai sugerir a participação do Brasil nas negociações sobre Síria que devem ocorrer em breve em Genebra.

A promessa foi feita durante encontro com o chanceler Antonio Patriota em Oslo, na Noruega, nesta quarta-feira.

Brahimi vai apresentar o nome do Brasil como possível mediador durante a reunião preparatória que terá com os governos americano e russo em Genebra na próxima semana. A sugestão também será apresentada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"Ele [Brahimi] agradeceu muito a disposição do Brasil em ajudar. Ele acha que há um papel para o Brasil, e vai propor isso no ambiente de preparação da conferência", disse o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, à Folha.

Sergio Lima/Salvatore Di Nolfi/Folhapress/Efe
O chanceler Antonio Patriota e o enviado da ONU Lakhdar Brahimi se encontraram nesta quarta-feira em Oslo, na Noruega
O chanceler Antonio Patriota (à esq.) e o enviado da ONU Lakhdar Brahimi se encontraram nesta quarta-feira em Oslo, na Noruega

Brahimi teria destacado a importância do Brasil como mediador já que o país tem uma grande comunidade sírio-libanesa.

A conferência, que vem sendo chamada de "Genebra 2", é uma iniciativa dos EUA e da Rússia e pretende retomar as discussões para a solução do conflito sírio iniciadas em Genebra em junho de 2012.

O formato da conferência que será proposto pro Brahimi é uma primeira reunião com vários participantes -entre eles, o Brasil- e uma segunda com membros do governo e da oposição sírios.

Até agora, especula-se que participem do encontro em Genebra -que ainda não tem data definida- os membros do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, Reino Unido, França e China) e alguns países da região.

A grande indefinição ainda é a participação do Irã, um dos únicos aliados do regime de Bashar al-Assad. Segundo Brahimi, os europeus já teriam aceito a entrada de Teerã nas negociações -mas os EUA resistem.

Apesar de não ter visto muita "novidade" sobre o tema no comunicado divulgado pelo G8 nesta semana, na Irlanda do Norte, Brahimi disse a Patriota estar "otimista" sobre as conversas entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler russo, Sergey Lavrov.


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