Folha de S. Paulo


Em Berlim, Obama propõe reduzir arsenal nuclear em até um terço

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (19) em Berlim que vai se empenhar pela redução de até um terço do seu arsenal nuclear.

Na cidade-símbolo da Guerra Fria, ele disse que abrirá negociações com a Rússia para que o país faça o mesmo com o armamento herdado da antiga União Soviética.

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"Podemos não viver mais sob o medo da aniquilação nuclear, mas enquanto as armas nucleares existirem, não estaremos seguros de verdade", disse.

Obama afirmou que sua meta é reduzir os arsenais nucleares de EUA e Rússia a níveis inferiores aos da década de 1950. Ele criticou Coreia do Norte e Irã, acusando os dois países de investir em armas atômicas.

Em 2010, Moscou e Washington assinaram um tratado que limitou as armas nucleares estratégicas --como mísseis nucleares de longo alcance-- nos dois países.

Válido por dez anos, o acordo prevê um máximo de 1.550 ogivas nucleares em cada um dos países, contra as 2.200 atuais, o que representa uma redução de 30%.

FIM DA "GUERRA PERPÉTUA"

Cinco anos depois de discursar em Berlim como candidato a presidente, em 2008, Obama sugeriu que tem se empenhado pela paz.

Ele disse que a Guerra do Iraque acabou, que Osama Bin Laden está morto e que os conflitos no Afeganistão estão caminhando para o fim. "Temos que sair da ideia de guerra perpétua", afirmou.

Numa referência à decisão de enviar ajuda militar a rebeldes sírios, o presidente sugeriu que os EUA continuarão a "estender a mão" a quem "luta pela liberdade".

"Justiça pacífica significa estender nossa mão para quem está lutando por liberdade", disse. "Não podemos ditar o ritmo das mudanças em lugares como o mundo árabe, mas não podemos usar a desculpa de que não podemos fazer nada que ajudá-los."

Ele também avanços para fechar a prisão de Guantánamo, restringir o uso de drones (aeronaves não tripuladas) e buscar equilíbrio entre segurança e respeito à privacidade na internet.

MURO DA INTOLERÂNCIA

Discursando diante do Portão de Brandemburgo, por onde passava o Muro de Berlim, Obama disse que agora é preciso derrubar o "muro da intolerância".

Ele pregou mais tolerância com imigrantes, gays e lésbicas. "Sabemos, pela nossa história, que intolerância traz injustiça", disse.

"Enquanto existirem muros em nossos corações nos separando de quem não pensa ou não acredita nas mesmas coisas que nós, teremos que trabalhar para derrubá-los".


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