Folha de S. Paulo


Após 11 anos, forças afegãs assumem oficialmente controle da segurança do país

As forças afegãs assumiram nesta terça-feira oficialmente o controle da segurança do país, que estava nas mãos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) desde a queda do regime Taleban no fim de 2001, anunciou o presidente afegão Hamid Karzai.

O processo, que começou em julho de 2011, acabou nesta terça-feira com a transferência da Otan aos afegãos dos últimos distritos que ainda eram controlados pela aliança atlântica. A passagem é um marco importante no processo de saída das tropas de combate estrangeiras do país, que segundo o cronograma da Otan, deve ser concluído até o fim de 2014.

"A partir de agora nossas corajosas tropas terão a responsabilidade da segurança e realizarão as operações", disse Karzai em um discurso.

Em tese, a Isaf (Força Internacional da Otan no Afeganistão) terá a partir de agora um papel de apoio, principalmente em caso de ataque aéreo, e de formação dos quase 350 mil membros das forças de segurança afegãs, que incluem soldados, policiais e paramilitares.

Analistas, no entanto, têm sérias dúvidas sobre a capacidade das forças afegãs, sobretudo depois de 2014, para lutar contra os militantes da ala radical do Taleban.

O regime foi expulso do poder em 2001, quando as tropas americanas invadiram o país em busca do então líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, responsabilizado pelos ataques terroristas de 11 de Setembro. Os militantes, contudo, encontraram refúgio nas áreas montanhosas da fronteira com o Paquistão e ganharam terreno nos últimos meses.

Pouco antes do anúncio de Karzai, três civis morreram e 24 pessoas ficaram feridas em um atentado contra Mohamed Mohaqiq, um líder da minoria hazara e aliado do presidente do país. Mohaqiq escapou ileso do ataque em Cabul, provocado por uma bomba de fabricação caseira.

Encerrar a guerra do Afeganistão, a mais longa da história americana, é uma das promessas do reeleito presidente dos EUA, Barack Obama, que no ano passado anunciou o fim de outro conflito 'herdado' do antecessor George W. Bush, a guerra do Iraque.


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