Folha de S. Paulo


Apuração inicial mostra Rohani na frente em eleições presidenciais iranianas

O clérigo moderado Hassan Rohani mostra uma "forte" liderança nos resultados preliminares da apuração das eleições presidenciais iranianas.

As informações foram divulgadas pelo ministro do Interior na TV estatal, na manhã de sábado do horário local. Dos 826.649 votos já apurados em 1.631 postos de votação, 401.949 foram para Rohani.

O segundo colocado até o momento é o prefeito de Teerã, Mohamed Baqer Qalibaf, com 126.896 votos. Não foi informado em quais regiões do país estavam as urnas apuradas, nem o quanto o apurado representa do total de votos --o Irã tem 50 milhões de eleitores, mas o voto não é obrigatório.

Os resultados devem ser divulgados em caráter oficial na tarde deste sábado em Teerã (de manhã, no Brasil).

Para o candidato ser declarado vencedor, é preciso uma maioria simples de 50% dos votos mais um. Se nenhum candidato obtiver maioria simples, haverá um segundo turno em 21 de junho, opondo os dois candidatos mais votados. O vencedor tomará posse no final de agosto.

Cerca de 50,5 milhões de eleitores foram convocados para eleger o sucessor do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que não pode aspirar a um terceiro mandato consecutivo e cuja reeleição em 2009 havia sido impugnada nas manifestações. Os iranianos também elegem seus vereadores.

EUA

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta que não "dá a mínima" para as acusações norte-americanas de que a votação é injusta.

"Recentemente, ouvi que alguém no Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que 'nós não aceitamos esta eleição no Irã'. Nós não damos a mínima", disse.

Em 24 de maio, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, colocou em dúvida a credibilidade da eleição, criticando a desqualificação de candidatos e acusando Teerã de interromper o acesso à Internet.

CANDIDATOS

Khamenei manobra nos últimos anos para garantir uma Presidência mais dócil à sua autoridade, segundo analistas e diplomatas em Teerã.

A estratégia se reflete na lista de nomes autorizados a disputar a eleição. O Conselho de Guardiães, órgão constitucional que avalia as credenciais ideológicas dos candidatos, aprovou seis conservadores, dos quais quatro são próximos de Khamenei.

Apenas dois centristas receberam permissão para concorrer (um deles desistiu no meio da campanha). Se ninguém obtiver maioria absoluta, haverá segundo turno.


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