A namorada de Edward Snowden, o ex-agente da CIA que revelou a existência de programas secretos da inteligência dos Estados Unidos, se "despediu" em seu blog, no qual postava fotos e vídeos há meses.
Neste blog, intitulado "L's Journey" e subintitulado "As Aventuras de uma super-heroína do pole dancing ao redor do mundo", Lindsay Mills, apresentada pelo jornal "The Guardian" como a namorada de Edward Snowden, contava sua mudança para o Havaí ao lado de Snowden.
Ele, identificado apenas como "E", seu "homem misterioso", aparece em algumas fotos do blog consultado pela agência de notícias AFP nesta terça-feira antes de ser retirado do ar.
Lindsay Mills também publicava regularmente vídeos e fotos de apresentações de dança das quais participa.
Na última segunda-feira (10), um dia após a revelação da identidade da fonte por trás das relevações sobre a existência de programas de monitoramento na internet e de comunicações telefônicas, ela publicou uma última mensagem.
"Aqueles que me conhecem, sem a minha capa de super-heroína, certamente vão entender por que vou me abster de postar mensagens no meu blog por um tempo", escreveu.
"Meu mundo se abriu e fechou ao mesmo tempo, deixando-me sozinha no mar sem uma bússola", diz ela no texto de quinze linhas.
"Tudo o que eu sinto agora é a minha solidão. Mas, pela primeira vez na minha vida, eu me sinto forte o suficiente para ficar sozinha", acrescenta.
"Enquanto escrevo estas linhas no meu teclado banhado em lágrimas, eu me lembro de cada rosto que iluminou meu caminho. Aqueles com quem eu ri. Aqueles que eu apoiei. Aqueles que eu mais amei. E todos aqueles a quem eu não pude dizer adeus", escreveu.
"Eu sei que sou amada, por mim mesma e por aqueles que me rodeiam. E não importa para onde me leva o meu navio sem bússola, o amor vai me manter", conclui Lindsay Mills.
Acusado de "traição" por políticos americanos, aclamado como "herói" por Julian Assange, Edward Snowden continuava sendo caçado nesta terça-feira. Ele desapareceu após deixar o hotel em que estava hospedado em Hong Kong, onde havia se refugiado no dia 20 de maio, de acordo com suas declarações ao "The Guardian".