Folha de S. Paulo


Casa Branca diz que não comentará sobre delator de monitoramento

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse nesta segunda-feira que o governo americano não comentará oficialmente sobre a revelação de Edward Snowden, delator do monitoramento de telefones americanos e dados de usuários de internet de todo o mundo pelos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva diária, o representante afirmou que a administração do presidente Barack Obama também não dará informações oficiais sobre as investigações do vazamento de dados da Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês).

Carney ainda defendeu Obama e pediu aos membros do governo do republicano George W. Bush que reconheçam os avanços do democrata em relação às liberdades civis. "Eu acredito que o histórico de transparência do presidente é amplo e significante".

Ele citou as guerras do Iraque e do Afeganistão, as acusações de torturas, as prisões de Guantánamo e as gravações ilegais de escutas telefônicas, como coisas feitas por Bush que foram desarticuladas por Obama. "Em todos os casos, a política do presidente foi bem diferente".

Para o porta-voz, o presidente cumpriu sua promessa de lutar contra o terrorismo, usando apenas a lei. "Se olhamos como essa luta foi travada no governo anterior e como está sendo feita agora, ele conseguiu cumprir sua promessa".

Ele voltou a dizer que o governo americano apresentou todas as informações sobre o vazamento de dados telefônicos e de internet aos membros do Congresso e que o monitoramento foi guiado por ordens judiciais pedidas pelo Executivo.

REPUBLICANOS

Esta é o primeiro pronunciamento oficial de um integrante do governo americano após Edward Snowden ser revelado em uma entrevista ao jornal britânico "Guardian", no domingo (9). O delator do monitoramento está há dez dias em Hong Kong, onde pretende pedir asilo a outro país.

Na noite de ontem, integrantes republicanos do governo pediram a extradição do ex-técnico da CIA. O chefe do Subcomitê de Segurança Nacional da Casa Branca, o republicano Peter King, que pediu o início do processo de extradição do delator "o mais rápido possível".

"Os Estados Unidos devem deixar claro que nenhum país pode lhe dar asilo. Essa é uma situação que causou uma extraordinária consequência à inteligência americana".

O porta-voz do diretor nacional de inteligência disse que o caso foi entregue ao Departamento de Justiça e que está sendo avaliado o dano causado por Snowden. "Qualquer pessoa que tem um certificado de segurança tem a obrigação de proteger informação confidencial e cumprir a lei", disse Shawn Turner.


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