Folha de S. Paulo


EUA discutirão nesta semana envio de armas a rebeldes sírios, dizem fontes

Integrantes do governo americano afirmaram nesta segunda-feira que os Estados Unidos tomarão nesta semana poderiam decidir nesta semana se fornecerão armas aos rebeldes sírios. Apesar do apoio à oposição, Washington resiste em entregar armamento.

O governo americano tem receio de que os equipamentos cheguem às mãos de organizações terroristas que estão entre os insurgentes, como a Frente al-Nusra, vinculada à Al Qaeda. Caso se decida pela liberação, o grupo ganhará mais força para derrotar o regime do ditador Bashar al-Assad.

Segundo informações das agências de notícias Associated Press e Reuters, a reunião deverá acontecer nos próximos dias. Devido a isso, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, adiou uma viagem que faria ao Oriente Médio.

As informações sobre o armamento dos rebeldes pelos Estados Unidos acontecem dias após o regime sírio ganhar força, com a conquista da cidade de Qusair, na fronteira com o Líbano. A região foi recuperada após três semanas de combate, com a participação de militantes do grupo armado libanês Hizbullah.

A entrada dos radicais libaneses também é vista como motivo de preocupação para os países ocidentais, já que pode aumentar o número de refugiados e mortos nas cidades sírias. Também dificulta os pedidos pela saída de Assad sob a alegação de descontrole do país.

OPERAÇÃO

Nesta segunda, o regime sírio afirmou ter lançado uma ofensiva militar para recuperar Aleppo, segunda maior cidade do país e que está sob o controle de rebeldes há alguns meses. De acordo com integrantes do Exército, dezenas de rebeldes foram mortos na região, a maioria da Frente al-Nusra.

Os militares afirmam que continuarão na região até que Aleppo fique livre de "terroristas", como Damasco chama os rebeldes. Não há informações sobre a presença de milicianos do Hizbullah ou outros soldados estrangeiros.

Na sexta (7), o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que o regime estava enviando "milhares de soldados" para a região, a fim de recuperar a área e cortar o fornecimento de armas vindo da Turquia para os rebeldes.

Segundo a ONU, cerca de 80 mil pessoas morreram no país desde o início dos confrontos entre as forças de Assad e os rebeldes, em março de 2011. Outros 5 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária e 1,5 milhão buscaram refúgio em países vizinhos.


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