Folha de S. Paulo


Atentado contra prédio policial mata ao menos sete em Bagdá

Pelo menos sete pessoas morreram neste domingo na explosão de um carro-bomba contra um prédio de investigação da polícia iraquiana no bairro xiita de Kadhimiyah, no norte da capital Bagdá. Os mortos eram cinco agentes de segurança e dois civis.

Outras 18 pessoas ficaram feridas na ação. Segundo autoridades locais, um terrorista bateu o carro em que estava na entrada do prédio de investigação da polícia. A região de Kadhmiyah é uma região de peregrinação xiita, junto com a cidade de Karbala, a 60 km de Bagdá.

Ainda não há informações sobre o autor do atentado, embora os principais suspeitos sejam grupos radicais sunitas. O grupo, que é minoria no Iraque, controlava o poder durante a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003) e deseja voltar ao governo iraquiano, controlado por Nouri al-Maliki, que é xiita.

A violência no Iraque diminuiu desde seu período de auge, entre 2006 e 2007. No entanto, dez anos após o início da invasão dirigida pelos Estados Unidos, os ataques continuam sendo comuns, em especial após o fim da ocupação americana, em dezembro de 2011.

Três dias após as tropas ocidentais saírem do país, a Justiça iraquiana emitiu uma ordem de prisão contra o vice-presidente Tariq al-Hashemi, que é sunita. Os integrantes da seita afirmam que a perseguição ao político foi ordenada pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, xiita.

Desde então, aumentaram os ataques e a troca de agressões entre os dois grupos. Além deles, sunitas e xiitas ainda disputam territórios do norte do país com os curdos, que possuem uma região autônoma rica em petróleo e outros recursos naturais.

A tensão com os curdos deve aumentar nos próximos meses com a chegada de integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, em curdo), milicianos separatistas que atuavam na Turquia e decidiram ir ao Iraque.

Outro ponto que também contribui para a violência sectária é o confronto na vizinha Síria, que já dura dois anos e provocou o deslocamento de diversos grupos radicais sunitas para combater o regime de Bashar al-Assad, que é alauita, vertente do xiismo.


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