Folha de S. Paulo


EUA dizem que precisam de mais provas sobre armas químicas na Síria

Os Estados Unidos querem reunir e examinar mais evidências sobre o uso de armas químicas na Síria antes de tomar decisões sobre como responder a isso, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, nesta terça-feira.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que o país tem testes que confirmam o uso de gás sarin em diversas ocasiões no conflito na Síria. No entanto, ele não deu detalhes sobre quem utilizou e onde o agente químico foi aplicado.

Em entrevista coletiva em Washington, Carney afirmou que os EUA acreditam que a maioria das armas químicas na Síria permanece sob o controle do governo e que estão "muito céticos" sobre as reivindicações de que a oposição as utilizou na guerra.

"Precisamos de mais informações", disse ele.

A Casa Branca também pediu nesta terça-feira ao governo sírio para encerrar um cerco militar na cidade de Qusair e permitir a entrada de suprimentos de emergência.

"Estamos profundamente preocupados com os combates contínuos em Qusair", declarou Carney.

A utilização de armas químicas foi estabelecida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, como a "linha vermelha" para o regime de Bashar al-Assad. Segundo ele, o uso desse tipo de armamento implicaria uma "mudança de jogo" -sugerindo uma possível atuação dos EUA no conflito.

ONU

O novo relatório da comissão de investigação da ONU sobre direitos humanos na Síria, divulgado nesta terça-feira, afirma "ter motivos para acreditar" no uso de armas químicas em confrontos no país nos últimos meses.

"Há denúncias recebidas sobre o uso de armas químicas pelos dois lados. A maioria se refere ao seu uso pelo governo", diz o texto da Comissão Internacional de Inquérito, presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

No texto, a comissão aponta que o governo possui "uma quantidade de armas químicas" e "é possível que grupos armados antigoverno tenham acesso e usem" esse tipo de arma. "Entretanto, não há evidências convincentes que os grupos armados possuam essas armas ou seus sistemas de lançamento", diz.


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