Folha de S. Paulo


OIT diz que desigualdade social aumenta em países desenvolvidos

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou nesta segunda-feira que aumentou a desigualdade social nos países desenvolvidos, como consequência da crise financeira. A entidade afirma que o número de desempregados no mundo supera os 200 milhões.

Em relatório, a organização diz que o número de pobres também cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias desenvolvidas analisadas, incluindo Estados Unidos, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a deterioração das condições de trabalho.

No conjunto de países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, mas os salários médios subiram apenas 2,2% e os investimentos caíram 3,6%.

Ambos os fatores causaram a diminuição da classe média nesses países. Na Espanha, o grupo social passou a representar 46% da população em 2010, enquanto em 2007 era de 50%. Ao mesmo tempo, subiu o lucro das empresas e os salários do executivos, mesmo com a crise financeira.

Na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de 2007 a 2011, chegando a ser de 150 e 190 vezes mais que o salário médio do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.

AMÉRICA LATINA

Diferentemente das economias desenvolvidas, a situação da América Latina é de melhora no ano passado. No período, 57,1% da população dos países da região estava empregada, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento antes da crise financeira internacional.

Em alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.

No entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a desigualdade social, maior que a média internacional, e o emprego informal. A média da região é de 50%, sendo que em países mais pobres, como Bolívia, Peru e Honduras, supera os 70%.

Em todo o mundo, a organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados. A expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.


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