Folha de S. Paulo


Família Gaddafi escondeu US$ 1 bi em bancos sul-africanos, diz jornal

A Líbia suspeita que a família do ex-ditador Muammar Gaddafi mantenha escondido US$ 1 bilhão da fortuna pessoal dele em bancos da África do Sul. A informação foi publicada neste domingo pelo jornal sul-africano "Sunday Times".

Os investigadores líbios acreditam que o capital que a família de Kadafi tem na África do Sul está dividido em dinheiro, ouro e diamantes e guardado em quatro bancos e duas companhias de segurança do país. Esta seria apenas uma parte dos mais de US$ 80 bilhões que o ditador possuía fora do país.

Existem também indícios de que os fundos foram depositados na África do Sul pelo ex-chefe de inteligência do regime, Abdallah al Senusi, preso em março de 2012 por crimes contra a humanidade.

Segundo o jornal, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, já "foi contatado" a respeito por representantes do governo, que tentam localizar e repatriar um capital considerado propriedade legítima do povo da Líbia. Em particular, as autoridades líbias solicitaram o apoio e a colaboração da África do Sul nas investigações sobre o paradeiro do dinheiro, acrescentou a fonte da publicação.

Durante seus 42 anos no poder, Gaddafi manteve, à margem das contas oficiais, uma contabilidade paralela, que se nutria de dinheiro proveniente do petróleo líbio e de outras fontes de receita pública. Seu regime caiu no dia 23 de agosto de 2011, após sete meses de combates com os grupos rebeldes que, naquele dia, tomaram o complexo presidencial em Trípoli.

O inquérito, que começou em novembro de 2012, procura dinheiro da família de Gaddafi também em outros países vizinhos da África do Sul.

Gaddafi foi morto no dia 20 de outubro de 2011, vítima de um disparo na cabeça após ser detido por forças rebeldes em seu reduto de Sirte, no norte do país.


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