Folha de S. Paulo


UE libera envio de armas a rebeldes sírios por países-membros

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) concordaram nesta segunda-feira em suspender o embargo do bloco à provisão de armamentos aos rebeldes que lutam há mais de dois anos contra o regime de Bashar al-Assad, na Síria.

Todas as sanções financeiras foram renovadas por mais um ano.

O fim do embargo foi confirmado pelo chanceler britânico, William Hague, por meio do Twitter, no final da noite desta segunda (horário local). Ele participa, ao lado dos demais chanceleres do bloco, de uma reunião sobre o tema, em Bruxelas.

Com o fim do embargo, os países ficam livres para enviar armas à oposição síria, como queriam o Reino Unido e a França, os únicos dois membros da UE que são também membros-permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Hague afirmou que a decisão envia uma "mensagem forte" da Europa a Assad, mas destacou que não há, no momento, planos para armar os rebeldes.

O impasse nas negociações duraram o dia todo e refletiram a hesitação da UE em fornecer armas ao conflito, que já matou 80 mil pessoas, segundo estimativas conservadoras da ONU. No fim do ano passado, a UE recebeu o prêmio Nobel da Paz.

Poucas horas antes do anúncio de Hague, o ministro de Relações Exteriores da Áustria, Michael Spindelegger, que liderava a oposição ao fim do embargo, havia afirmado que um acordo "não havia sido possível".

Conforme o jornal britânico "Guardian", Spindelegger chegou a afirmar que os países, embora continuassem reunidos, não fariam nenhum anúncio.

No início do encontro, o francês Laurent Fabius repetiu que existem "suspeitas crescentes" do uso de armas químicas na Síria.


Endereço da página: