Um atirador rebelde matou nesta segunda-feira uma jornalista de uma TV pró-regime em um campo de batalha na base militar de Debaa, na Província de Homs, na região central da Síria. A cidade é próxima a Quseir, onde ocorrem intensos combates há uma semana.
A agência de notícias Sana e o grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos informaram sobre a morte. De acordo com o Ministério da Informação, a jornalista morta se chamava Yara Abbas e era uma repórter conhecida da televisão Al Ikhbariyah, pertencente ao regime de Bashar al-Assad.
A TV Síria disse que Abbas, que estava na casa dos 20 anos, foi alvo de "terroristas", o termo normalmente usado pelos defensores de Assad para descrever os rebeldes. Abbas costumava cobrir as batalhas entre o regime sírio e os rebeldes, que duram mais de dois anos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que vários membros da equipe de televisão da repórter também ficaram feridos no ataque.
A ação aconteceu no oitavo dia de intensos confrontos entre tropas do regime e forças rebeldes na região de Quseir, considerada estratégica por estar próxima à fronteira do Líbano. Segundo ativistas da oposição, os aliados de Assad contam com a ajuda de centenas de membros do grupo radical libanês Hizbollah.
A região também é rota de abastecimento de armas para os rebeldes, vindas do norte libanês, de maioria sunita, assim como é a principal conexão entre Damasco e o litoral do país, que é dominado pelos alauitas, vertente do xiismo a que pertence Bashar al-Assad.
Desde o início dos confrontos na Síria, em março de 2011, mais de 80 mil pessoas morreram no país, segundo a ONU. Grupos de direitos humanos, no entanto, colocam em 90 mil a estimativa de mortos nos mais de dois anos de combates.