Folha de S. Paulo


Kerry critica Irã por falta de transparência no processo eleitoral

O secretário de Estado americano, John Kerry, criticou nesta sexta-feira o processo eleitoral iraniano por considerar que falta transparência. As declarações são feitas três dias depois que diversas candidaturas foram rejeitadas.

Dentre elas, estão a do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani e de Esfandiar Rahim Mashaie, ex-chefe de gabinete do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Ambos os candidatos são vistos por setores conservadores como uma ameaça à autoridade da cúpula religiosa da República Islâmica.

Em entrevista coletiva em Tel Aviv, Kerry considerou improvável que a lista de oito candidatos do Conselho de Guardiães represente o povo iraniano ou seja capaz de fazer alguma mudança no regime.

"É desconcertante um processo no qual um Conselho de Guardiães não eleito e que não é responsável ante o povo iraniano tenha desclassificado centenas de candidatos potenciais com base em critérios imprecisos", disse.

O conselho é composto por juristas e clérigos religiosos e avalia as candidaturas com base na lei islâmica e no comportamento social de cada candidato. "Está longe de ser uma eleição que respeite as normas segundo as quais a maioria das pessoas e países acreditam que se trata de eleições livres, equitativas e abertas", disse

Nesta sexta, a emissora oficial iraniana HispanTV informou que Teerã prendeu várias pessoas ligadas ao grupo opositor Mujahedeen Jalq, considerado pelo governo uma organização terrorista. Segundo o Ministério da Inteligência, os detidos pretendiam desestabilizar as eleições presidenciais.

O pleito no Irã está marcado para 14 de junho e elegerá o chefe de governo que administrará o país pelos próximos quatro anos. Dos 686 candidatos que se inscreveram, apenas oito estão aptos para disputar os votos dos iranianos, a maioria deles conservadores.


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