Folha de S. Paulo


ONU diz que Irã aumentou capacidade de processamento de urânio

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, vinculada à ONU) informou nesta quarta-feira que o Irã aumentou a capacidade de refino de urânio após instalar centenas de centrífugas em usinas no país. Para a entidade, aumentam os temores sobre as intenções do programa nuclear de Teerã.

O enriquecimento de urânio desenvolvido pelo Irã causa preocupação dos países ocidentais, como os Estados Unidos, e de Israel, que acreditam ser para fins militares. Teerã nega as acusações e diz que pretende usar o material radioativo para geração de energia e fins médicos.

Em relatório, a entidade afirma que a República Islâmica instalou 700 centrífugas de última geração desde o início do ano, sendo que 100 em abril. Com isso, os iranianos poderiam acelerar o nível de enriquecimento dos atuais 20% para 90%, o suficiente para uma bomba atômica.

A agência ainda diz qeu o Irã também aumentou a velocidade da construção de um reator de pesquisa que os países ocidentais consideram o local em que deverá ser desenvolvida a bomba atômica. No entanto, o ritmo do enriquecimento está abaixo do esperado e ainda não foi possível chegar ao nível de uma arma nuclear.

O ritmo reduzido pode favorecer às negociações entre o governo iraniano e as potências do grupo 5+1 --Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha-- que há quatro anos tentam conseguir um acordo para suspender o programa nuclear, sem sucesso até o momento.

As conversas diplomáticas geram críticas de Israel, que defende uma intervenção militar para dar fim ao enriquecimento de urânio iraniano. O Estado judaico acredita ser o alvo preferencial caso o Irã consiga ter uma bomba atômica.

Teerã nega as acusações. No entanto, os membros da cúpula política e religiosa da República Islâmica pregam a destruição de Israel e a negação do Holocausto, como o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente Mahmoud Ahmadinejad.


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