O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou nesta quarta-feira a exclusão de seu aliado Esfandiar Rahim Mashaee da eleição presidencial. Ele disse que pedirá a intervenção do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, para que seja revista a decisão da comissão eleitoral.
Além de Mashaee, o conselho de clérigos e juristas islâmicos responsável por selecionar os postulantes à Presidência iraniana rejeitou a candidatura do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, 78, por considerar que ele está acima da idade permitida para a candidatura.
Para Ahmadinejad, a decisão de retirar o seu herdeiro político da disputa foi um "ato de opressão". "Considero Rahim Mashaie um bom fiel, qualificado e útil para o país, e por isto o apresentei como candidato, mas foi vítima de uma injustiça".
Setores conservadores do Irã consideram Mashaie uma figura suspeita, que pode levar à diminuição da importância dos clérigos islâmicos. Eles também acreditam que Ahmadinejad deseja usar o chefe de gabinete para continuar governando, já que foi impedido de se candidatar a um terceiro mandato.
A expectativa de que a decisão da comissão eleitoral seja mudada por Khamenei, no entanto, é pequena. Em 2009, ele rejeitou Mashaee como primeiro vice de Ahmadinejad. O líder supremo também mostrou irritação com alguns atos do atual chefe de governo, que considerou uma afronta.
RAFSANJANI
Enquanto Mashaee pretende recorrer contra o veto à candidatura, o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani disse que não deve contestar o impedimento. "Hashemi sempre foi um dos pilares do regime e continuará sendo, se Deus quiser".
Em comunicado em seu site, o candidato defendeu a presença de todas as tendências políticas no processo eleitoral, mas pediu a seus seguidores que não entrem em campanhas de descrédito contra outros candidatos.
No período de inscrição, 686 pessoas tentaram concorrer ao cargo mais alto do governo iraniano, mas apenas oito foram aprovados pelo Conselho de Guardiães da Constituição, órgão responsável por validar as postulações.
O guia supremo da República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, é o único que pode mudar uma decisão do Conselho de Guardiães.