Folha de S. Paulo


Iranianos enfrentam novas restrições na internet em período eleitoral

Os iranianos estão enfrentando lentidão na Internet e limitações no acesso nas semanas que antecedem à eleição presidencial de 14 de junho, período que colocou as autoridades conservadoras islâmicas em alerta contra possíveis turbulências.

Especialistas e internautas dizem acreditar que os transtornos estão relacionados ao pleito. A eleição é a primeira desde 2009, quando a escolha de Mahmoud Ahmadinejad para o cargo foi marcada por acusações de fraude e subsequentes protestos, organizados em parte pelo Facebook, o Twitter e outras redes sociais.

Os usuários iranianos da Internet, que são cerca de 45 milhões, segundo dados oficiais, enfrentam crescentes obstáculos no acesso à rede desde a eleição de 2009.

As autoridades iranianas negam que os problemas da Internet estejam relacionados à eleição, mas elas temem a repetição dos distúrbios, em especial por causa da inscrição do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, que é moderado, e de Esfandiar Rahim Mashaie, aliado de Ahmadinejad.

Nesta semana, diversos sites de notícias iranianos informaram que os dois devem ser impedidos de concorrer pela comissão eleitoral, formada por juristas e clérigos xiitas e que determinará quais serão os candidatos na eleição. Na primeira inscrição, mais de 800 pessoas se inscreveram.

Os dois candidatos se defenderam contra os rumores e as acusações de conservadores, que não aceitam suas candidaturas. Mashaei disse que, caso sua candidatura seja cancelada, irá à Justiça para conseguir postular. Os clérigos radicais dizem que o assessor de Ahmadinejad está "possuído pelos diabos".

Já Rafsanjani considerou o pedido dos radicais "uma campanha de desprestígio". A maioria dos opositores se centram nas críticas ao baixo crescimento econômico durante seus períodos como presidente e sua defesa aos que desejam mais reformas na República Islâmica.


Endereço da página: