Folha de S. Paulo


Ministro sírio acusa Turquia por atentado e chama premiê de 'assassino'

O ministro da Informação da Síria, Omram al-Zoubi, culpou nesta segunda-feira o governo da Turquia pelas explosões de carros-bomba na cidade turca de Reyhanli, na fronteira síria, e chamou o primeiro-ministro Tayyip Erdogan de assassino.

Em entrevista à emissora russa RT, Zoubi negou envolvimento do regime sírio na ação, que deixou 43 mortos e mais de cem feridos no último sábado (11). A Turquia acusou uma milícia ligada ao governo do ditador sírio, Bashar al-Assad, pelo ataque.

"Toda responsabilidade pelo que aconteceu encontra-se com o governo turco e com Erdogan pessoalmente. Exijo sua renúncia como um assassino e um carrasco. Ele não tem o direito de construir uma carreira política sobre o sangue dos povos turco e sírio".

No domingo (12), Erdogan disse que a Turquia "não vai cair na armadilha que eles estão tentando nos empurrar", mas acrescentou: "Quem atinge a Turquia, mais cedo ou mais tarde, vai pagar o preço".

Também ontem, a polícia turca prendeu nove suspeitos de participação no ataque. Segundo o vice-premiê, Besur Atalay, os acusados pertencem a "uma organização terrorista em contato com os serviços de inteligência sírios".

Pouco depois, Omram al-Zoubi negou qualquer participação de Damasco e culpou a Turquia pelo conflito na Síria, afirmando que o país vizinho financia rebeldes vinculados à rede terrorista Al Qaeda. Desde o início dos combates, há dois anos, o regime sírio chama os opositores de terroristas.

Os carros-bomba aumentaram temores de que a guerra civil na Síria se espalhe para países vizinhos. Desde março de 2011, quando começou o conflito, mais de 70 mil pessoas morreram por causa dos confrontos, de acordo com a ONU.


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