Folha de S. Paulo


Paquistão expulsa correspondente do "New York Times"

As autoridades paquistanesas cancelaram o visto e ordenaram a saída do correspondente do jornal "The New York Times", Declan Walsh, sem que tenham especificado com exatidão a razão, informou o jornalista através de seu Twitter.

Walsh, irlandês e que antes foi correspondente do britânico "The Guardian", deverá deixar o país este fim de semana depois que na quinta-feira lhe foi notificado o cancelamento da permissão "por atividades indesejáveis", segundo a informação publicada pelo "NYT".

"Deverá deixar o país em 72 horas", diz a nota recebida pelo correspondente do jornal nova-iorquino, que protestou ao Ministério do Interior pela expulsão e que considera as razões dadas como "vagas e carentes de fundamento".

A expulsão de Walsh, de 39 anos e que está há uma década trabalhando no país asiático, veio justamente no fim de semana em que o Paquistão realiza eleições gerais.

Segundo o relato do próprio Walsh a seu jornal, na quinta-feira ele recebeu uma ligação para que fosse imediatamente a seu domicílio, onde o esperavam um grupo de agentes das forças de segurança que lhe entregaram a carta que lhe notificava a expulsão.

"Chegou do nada, não esperava nada parecido", afirmou o correspondente.

Apesar de o país gozar de uma considerável liberdade de imprensa, tanto os jornalistas locais como os estrangeiros são monitorados habitualmente pelos serviços de segurança.

O Paquistão, onde no ano passado morreram violentamente oito jornalistas, é, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, um dos países mais perigosos para exercer a profissão jornalística.


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