Folha de S. Paulo


Suspeito de ataque em Boston foi enterrado em cemitério islâmico nos EUA

Tamerlan Tsarnaev, suspeito do ataque à maratona de Boston em abril, foi enterrado na quinta-feira em um cemitério islâmico no Estado da Virgínia, disse nesta sexta-feira o tio do jovem, Ruslan Tsarni. O corpo dele foi enterrado após duas semanas de impasse.

O suspeito morreu durante perseguição policial em 19 de abril, quatro dias após o atentado. De acordo com a autopsia, ele foi baleado em diversas partes do corpo e sofreu traumatismo craniano, torácico e pélvico. Ainda não foi divulgada a causa da morte nem a certidão de óbito do suspeito.

Segundo Tsarni, o corpo do sobrinho foi enterrado conforme a tradição islâmica em um cemitério de Doswell, na Virgínia, a 840 km de Boston, com a ajuda de uma comunidade religiosa. O jornal "Boston Globe" informou que o funeral foi organizado por uma mulher e a Sociedade Islâmica da Grande Richmond.

O sepultamento aconteceu após várias cidades do Estado de Massachusetts se recusarem a enterrar os restos mortais do jovem. Dentre elas, está Cambridge, onde ele morava nos Estados Unidos.

Diante da continuidade das negativas dos cemitérios e dos altos custos da funerária que manteve o corpo conservado, a polícia local fez um apelo pedindo para que pessoas ou entidades pudessem ajudar para que houvesse o funeral.

O enterro aconteceu sem a presença dos pais do suspeito, Anzor Tsarnaev e Zubeidat Tsarnaeva, que não conseguiram sair do Daguestão, na Rússia, para ver o funeral do filho. Eles tentaram levar o corpo dele para a Rússia, mas Tsarnaeva disse que o governo não autorizou o envio.

O suspeito, de origem tchetchena, é acusado de ter organizado junto com o irmão, Dzhokhar, 19, o atentado contra a maratona de Boston, que deixou três mortos e 264 feridos. Tamerlan é apontado pelo FBI (Birô Federal de Investigações, em inglês) como mentor do ataque.

Os agentes também afirmam que ele fez a ação inspirado por ideais de grupos radicais islâmicos, que teria adotado após uma viagem ao Daguestão, na Rússia, em 2011.


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