Folha de S. Paulo


Historiador diz que teoria de Keynes era falha porque ele era gay

Em uma conferência na sexta-feira na Califórnia, o historiador Niall Ferguson disse que a teoria econômica de John Maynard Keynes era "falha" porque ele era gay.

"Ele não pensava a longo prazo porque era gay e não teve filhos", disse Ferguson, acrescentando que "Keynes era afetado, casado com uma bailarina e preferia ficar discutindo poesia com ela do que procriar".

O professor da Universidade Harvard respondia a perguntas após uma palestra na conferência da Altegris Strategic, uma consultoria, em Carlsbad, Califórnia. A mulher de Ferguson, Ayaan Hirsi Ali, ex-deputada holandesa nascida na Somália e que tem atacado o Islã em suas obras, era outra dos palestrantes.

Investidores presentes ao evento desconfortáveis com os comentários do historiador vazaram para a imprensa no sábado. Em livro, Ferguson já havia desacreditado as teorias de Keynes por conta de sua homossexualidade.

No fim de semana, Ferguson se desculpou, dizendo que suas declarações são "estúpidas" e "insensíveis". "É claro que quem não tem filhos também se preocupa com o futuro".

O britânico Keynes é um dos mais influentes economistas do século 20 e defendia o aumento do gasto público como maneira de responder à demanda enfraquecida durante crises.

HOMOFOBIA

O apresentador da CNN Howard Kurtz também precisou se desculpar por homofobia no domingo. Ele escreveu um artigo na semana passada no site Daily Beast em que acusava o jogador de basquete da NBA Jason Collins de não ter "sido limpo" ao revelar sua homossexualidade na semana passada.

"Ele teve namorada, ficou até noivo", escreveu Kurtz, ignorando que o texto em primeira pessoa de Collins para a "Sports Illustrated" dizia exatamente isso. "Tive namoradas, até fiquei noivo, porque achava que precisava casar e ter filhos. Ficava me dizendo que o céu era vermelho, mas sempre soube que era azul", escreveu o atleta.

Kurtz foi demitido do Daily Beast e gastou 15 minutos de seu programa explicando seu erro.


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