Folha de S. Paulo


Atentados contra curdos matam ao menos dois no norte do Iraque

Pelo menos duas pessoas morreram após a explosão de três carros-bomba no centro e nos arredores da cidade de Kirkuk, no norte do Iraque. Outras 45 pessoas ficaram feridas nas ações, que foram feitas contra grupos curdos.

As explosões acontecem no mesmo dia em que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, em curdo) anunciou que começou a saída de seus militantes que estavam na Turquia em direção à região autônoma da etnia no norte iraquiano.

Em uma estrada no sudoeste da cidade, um miliciano morreu após uma bomba explodir contra um comboio de um grupo armado curdo, conhecido como Peshmerga. Outros dez ficaram feridos.

Um centro dos paramilitares em Daquq, a 55 km de Kirkuk, também foi atingido por uma explosão, causada por um carro-bomba, deixando um morto e cinco feridos.

No centro da cidade, outro carro-bomba foi detonado na porta da sede do partido União Patriótica do Curdistão, do presidente iraquiano, Jalal Talabani, deixando 30 feridos. Segundo autoridades locais, o número de vítimas de ambos os ataques ainda pode aumentar, já que muitos feridos se encontram em estado grave.

Após a formação do primeiro governo iraquiano depois da queda de Saddam Hussein, os curdos conseguiram autonomia de uma região no norte do Iraque, embora também ocupem outras áreas do país, que estão em disputa com xiitas e sunitas.

Kirkuk é uma das cidades disputadas entre curdos e sunitas, grupo islâmico ao qual pertencia o ex-ditador e que perdeu força após a formação do novo governo, em 2006. Na mesma época, o governo ficou sob controle da maioria xiita, do atual primeiro-ministro Nouri al Maliki.

A tensão entre sunitas e xiitas é a causa da maioria dos ataques no Iraque, em especial os dos últimos dois anos, em que houve aumento da violência devido à ordem de prisão ao vice-presidente Tariq al Hashemi, em dezembro de 2011.


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