Folha de S. Paulo


Israel bombardeou carregamento de armas na Síria, diz CNN

Enquanto os EUA pesam as opções de intervenção na Síria -incluindo a militar-, Israel bombardeou na noite de quinta-feira alvos sírios, de acordo com funcionários da administração do presidente Barack Obama ouvidos pela rede de televisão CNN.

Fontes ouvidas pela NBC News afirmam que o alvo primário era um carregamento de armas ao Líbano.

Não há mais detalhes da operação israelense. Em janeiro, Israel atacou armamentos antiaéreos, temendo que fossem transferidos ao grupo extremista libanês Hizbollah -aliado do regime do ditador Bashar Assad.

Os EUA e a oposição na Síria afirmam que o grupo libanês está envolvido no conflito. A Síria serviu, no passado, de caminho para armamento iraniano ao Hizbollah.

Autoridades israelenses, como de praxe, não confirmam ou discutem a ação.

Há forte preocupação, em Israel e também na comunidade internacional, a respeito do arsenal químico de Assad. Conforme os EUA avaliam indícios do uso dessas armas por parte do regime, o país discute opções de intervenção, como bombardear o sistema antiaéreo sírio.

Segundo fontes oficiais, não tem sido cogitado um ataque ao arsenal químico.

Atingindo a estrutura de transporte na Síria, a comunidade internacional calcula ser possível limitar a capacidade de Assad de usar armas químicas a longas distâncias ou em grandes quantidades, reduzindo o dano.

Assombrado pelo fantasma do Iraque, porém, Obama tem relutado em envolver-se no conflito sírio. O Iraque foi invadido em 2003, sob suspeitas infundadas de possuir armas de destruição em massa. O país está, hoje, à beira de outra guerra civil.

A Inteligência israelense estima haver cerca de 20 locais de armazenamento de armas químicas no país -o maior arsenal do tipo.

A situação ideal, para os EUA, seria cercar e então incinerar esses depósitos. Mas o tempo à disposição, afirmam fontes americanas, não permite esse plano de ação.

De acordo com o jornal "New York Times", caso EUA e aliados escolham intervir militarmente na Síria, eles devem optar por mísseis Tomahawk disparados por navios no mar Mediterrâneo, sem invadir o espaço aéreo.

A ONU estima que mais de 70 mil pessoas já foram mortas durante a insurgência contra o ditador Bashar Assad, desde março de 2011.


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