Folha de S. Paulo


Em visita, Obama reconhece 'nova realidade' mexicana

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira, durante visita, que vê "um novo México" emergindo, com um aprofundamento da democracia e economia em crescimento, e que o México e os EUA devem ser vistos como parceiros iguais.

"Eu vim ao México porque é hora de colocar de lado velhas mentalidades", disse Obama em um discurso para estudantes universitários. "É hora de reconhecer novas realidades, incluindo o progresso impressionante do México de hoje."

Obama tentou falar um pouco de espanhol, dizendo que "é um prazer estar entre amigos" e adotou um tom respeitoso ao falar sobre o vizinho.

A violência relacionada às drogas no México não é inteiramente culpa do povo mexicano, disse. Em vez disso, os EUA compartilham a culpa, porque grande parte da violência é centrado em torno da demanda dos americanos por drogas ilegais e do fato de que as armas são contrabandeadas para o México dos EUA.

"Nesta relação não há parceiro sênior ou parceiro júnior. Somos dois parceiros iguais, duas nações soberanas que devem trabalhar juntas no interesse mútuo e no respeito mútuo", disse Obama.

O objetivo de Obama em uma viagem de três dias ao México e Costa Rica é enfatizar a necessidade de fortes laços comerciais e ampliar as relações além das parcerias de segurança que dominaram o passado. Ele deve se reunir com líderes da América Central na Costa Rica nesta sexta-feira.

O esforço de Obama visa a criação de mais postos de trabalho nos EUA e reacender o crescimento mais forte. A taxa de desemprego dos EUA para abril caiu ligeiramente para 7,5%, mas o desemprego continua a ser um problema.

Os EUA gostariam de unir forças com o México para competir pelos mercados de rápido crescimento para produtos do comércio na região da Ásia-Pacífico. "Vamos fazer mais para expandir o comércio, que cria bons empregos para o nosso povo", disse Obama.

IMIGRANTES

O discurso de Obama serviu para impulsionar o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que no ano passado sucedeu a Felipe Calderón, um próximo aliado dos EUA. O novo governo iniciou reformas ambiciosas para tornar a economia mais competitiva e instituições mais responsáveis ​​perante o povo, disse ele.

É claro que um "novo México está emergindo", disse Obama. "Eu vejo um México que está aprofundando sua democracia, os cidadãos que estão em pé e dizendo que a violência e a impunidade não são aceitáveis, uma imprensa corajosa trabalhando para responsabilizar os líderes."

Obama, cujo segundo mandato teve um início irregular em meio a lutas com o Congresso dos EUA, ouviu gritos de aprovação quando disse que espera que o Congresso aprove uma reforma das leis de imigração dos EUA.

Muitos dos 11 milhões de imigrantes ilegais nos EUA são provenientes do México, e o México continua a ser um ponto importante para os migrantes da América Central indo para a fronteira com os EUA.

Obama representa a melhor chance em anos para ver as novas leis que possam criar um caminho para a cidadania para imigrantes ilegais. "Estou otimista de que, depois de anos de tentativas, finalmente, vamos conseguir este feito", disse ele.

Obama viajou no mesmo dia à Costa Rica, onde se reuniu com a presidente, Laura Chinchilla, e teve um jantar com líderes centro-americanos.


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