Folha de S. Paulo


Ataques deixam pelo menos 18 mortos e 39 feridos no Iraque

Pelo menos 18 pessoas morreram e 39 ficaram feridas em diferentes ataques nesta sexta-feira no Iraque. A maioria dos atos foi contra policiais, em meio a confrontos entre manifestantes sunitas e representantes do governo do primeiro-ministro Nouri al Maliki.

Segundo autoridades locais, homens armados atacaram diversos pontos de controle da polícia na cidade de Mossul, a 400 km da capital Bagdá, deixando nove mortos e seis feridos. Na mesma cidade, um tiroteio contra um quartel do Exército deixou quatro insurgentes mortos.

Na capital iraquiana, um carro-bomba explodiu no início da tarde, após o fim das orações da sexta-feira, na porta de uma mesquita sunita no bairro de Al Rashdiya, em Bagdá. Pelo menos cinco pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas após o atentado.

O número de ataques cresceu de forma acentuada após as forças de segurança invadirem um acampamento de protesto sunita perto de Kirkuk, na semana passada, provocando confrontos que se espalharam para outras áreas, incluindo a Província de Anbar, que faz fronteira com a Síria e a Jordânia.

O Iraque tornou-se mais violento à medida que a guerra civil na vizinha Síria provocou um aumento da tensão nas frágeis relações entre sunitas e xiitas. As tensões atingiram um pico desde que as tropas dos EUA se retiraram em dezembro de 2011.

A violência ainda está bem abaixo do seu auge em 2006 e 2007, mas a filial iraquiana da Al Qaeda e outros insurgentes muçulmanos sunitas estão lançando ataques diários para minar o poder do governo liderado pelos xiitas, e assim provocar um confronto mais amplo.

A política iraquiana está profundamente dividida em linhas sectárias, com o governo do primeiro-ministro Nouri al Maliki vivendo um impasse sobre como dividir o poder entre xiitas, o maior grupo, sunitas e curdos, que comandam sua própria região autônoma no norte do país.

VIOLÊNCIA

Na quinta (2), a missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque informou nesta quinta-feira que abril foi o mês com mais mortes no país desde junho de 2008. Segundo levantamento da organização, 712 pessoas morreram.

Dentre os mortos, 434 foram civis, enquanto os outros 288 são membros das forças de segurança. Outras 1.633 pessoas ficaram feridas em atos de violência. Os números são bem menores que os divulgados pelas autoridades iraquianas, que informaram 245 mortes no mesmo período.


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