Folha de S. Paulo


Promotor que acusa ex-ditador Musharraf é assassinado no Paquistão

O promotor que liderava a acusação federal contra o ex-ditador paquistanês Pervez Musharraf no caso do assassinato da ex-primeira ministra Benazir Bhutto morreu baleado nesta sexta-feira em Islamabad, informaram fontes policiais.

Homens desconhecidos abriram fogo contra o veículo no qual Chaudhry Zulfiqar viajava e mataram o advogado, membro da Agência Federal de Investigação (FIA, em inglês), e uma mulher cuja relação com ele não foi esclarecida pelas fontes, citadas pelo jornal "Dawn".

O ataque, que aconteceu nas primeiras horas do dia em uma área próxima ao centro de Islamabad, também feriu um guarda-costas de Zulfiqar.

Aamir Qureshi/AFP
Policial observa interior do carro de promotor que foi assassinado em Islamabad; ele liderava a acusação contra o ex-ditador Pervez Musharraf
Policial observa carro de promotor assassinado em Islamabad; vítima liderava a acusação contra o ex-ditador Pervez Musharraf

O atentado contra o advogado ocorreu poucas horas antes do reinício do julgamento pela morte de Bhutto, que acontecerá na cidade de Rawalpindi. A previsão é que a FIA apresente um relatório nesta sexta-feira.

Musharraf, que está em prisão domiciliar devido a várias causas abertas contra ele, enfrenta a acusação de ter negado a Bhutto a proteção adequada e ignorar deliberadamente as ameaças contra ela. Como consequência, a ex-primeira-ministra foi alvo de um ataque que a matou.

O ex-chefe do Exército também foi interrogado pela FIA em relação à negligência dos policiais que limparam a cena do crime contra Bhutto nas horas posteriores ao atentado, o que dificultou a investigação sobre o caso.

Além desse caso, o advogado assassinado era o encarregado de investigar a organização dos atentados que em novembro de 2008 mataram 166 pessoas na cidade indiana de Mumbai.


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