Folha de S. Paulo


ONG diz que Irã e Hizbollah ajudaram regime sírio em ação em Homs

O grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou nesta quinta-feira que agentes iranianos e o grupo radical libanês Hizbollah ajudaram o Exército sírio em um cerco ao bairro de Wadi al Sayeh, na cidade de Homs, região central do país.

Segundo a organização, sediada em Londres, a tomada do bairro permitirá o Exército isolar os setores de Khaldiyeh e o centro antigo de Homs, ambas regiões controladas pelos rebeldes. A entidade ainda informou que um míssil antiaéreo destruiu um prédio, ainda sem informações de vítimas.

Caso confirmada a versão do grupo opositor, será um exemplo da participação do Irã e do Hizbollah, ambos de orientação xiita, nas tropas do regime de Bashar Assad, que é alauita (vertente do xiismo). Os sunitas compõem a maioria da população e dos grupos rebeldes.

Na terça (30), o chefe do Hizbollah, Hassan Nasrallah, disse que "os amigos da Síria" não permitirão que o país caia em mãos dos Estados Unidos nem dos grupos extremistas e que seu grupo não duvidará em defender aos libaneses que se encontram na Síria.

A mesma postura foi tomada pela República Islâmica em março. Damasco, Teerã e o grupo libanês não comentaram as acusações. As informações não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio.

FRONTEIRA

Nesta quinta, um ataque aéreo do regime sírio a uma sede de uma brigada rebelde deixou pelo menos cinco mortos e dezenas de feridos em um vilarejo ao lado de Reyhanli, na Turquia. Dentre os mortos, estão crianças e mulheres.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o ataque também atingiu um armazém de distribuição de ajuda humanitária. Os feridos foram encaminhados pelos próprios civis sírios à hospitais turcos, mas alguns foram impedidos de entrar no país vizinho devido a uma suspeita de uso de armas químicas.

Ativistas sírios afirmaram que algumas das vítimas estavam tendo dificuldades respiratórias, mas que não sabiam qual tipo de munição foi usada ​​no ataque. Segundo a ONU, mais de 70 mil pessoas morreram na Síria em confrontos entre as forças de Bashar Assad e rebeldes.


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