Folha de S. Paulo


Síria diz que acusações sobre uso de armas químicas são 'histeria'

O ministro sírio da Informação, Omran Ahed al Zuabi, afirmou neste sábado ao canal de televisão russo RT que as afirmações de EUA e Reino Unido a respeito da suspeita de que o regime tenha empregado armas químicas, no caso gás sarin, contra seus civis são "uma mentira descarada".

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"As declarações do secretário de Estado americano e do governo britânico não correspondem à realidade e são uma mentira descarada", disse o ministro sírio. "Quero insistir mais uma vez que a Síria não utilizará jamais [armas químicas], não apenas porque respeita a legislação internacional e as regras da guerra, mas também por problemas humanitários e morais", completou.

"Essa histeria americana com relação ao uso de armas químicas foi causada pelo sucesso do Exército contra os terroristas", afirmou. O termo "terrorista" costuma ser empregado pelo regime sírio para se referir aos grupos rebeldes que lutam há mais de dois anos por sua deposição. O confronto já matou mais de 70 mil pessoas, de acordo com estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas).

Zuabi afirmou que o que qualificou como "grupo de pressão contra Bashar Assad" na ONU utiliza o temor das armas químicas como uma nova forma de pressão política e econômica sobre o regime.

Também neste sábado, o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanob, emissário do presidente Vladimir Putin para o Oriente Médio, afirmou que as informações sobre a utilização de armas químicas na Síria não devem tornar um pretexto para uma intervenção militar no país.

Nesta quinta-feira (24), a Casa Branca afirmou que o regime sírio "provavelmente" empregou armas químicas, no caso o chamado gás sarin, contra civis.

O presidente dos EUA, Barack Obama, já disse que a eventual comprovação do uso de armas químicas pelas forças do ditador Bashar Assad poderia detonar uma intervenção militar no país.

Também na quinta, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que "há provas limitadas, mas crescentes" do uso de armas químicas na Síria, o que qualificou como "preocupante".

Arte Folha

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