Folha de S. Paulo


Obama pede investigação sobre uso de armas químicas na Síria

O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu nesta sexta-feira realizar uma investigação profunda sobre o possível uso de armas químicas na Síria e alertou que, se for comprovado que isso está ocorrendo, mudará o "cálculo" sobre como agir em relação à crise no país, que já dura dois anos e matou mais de 70 mil pessoas.

"Nós vamos realizar uma investigação muito vigorosa, e vamos consultar nossos aliados na região bem como a comunidade internacional e as Nações Unidas para assegurar que estamos investigando tão eficazmente e rapidamente quanto possível", disse o americano.

Nas declarações feitas na Casa Branca, ao lado do rei Abdullah 2º, da Jordânia, Obama destacou que manterá a cautela, dado que as avaliações dos serviços de inteligência ainda são inconclusivas.

Nicholas Kamm/AFP
O presidente dos EUA, Barack Obama, se encontra com o rei Abdullah 2º, da Jordânia, na Casa Branca
O presidente dos EUA, Barack Obama, se encontra com o rei Abdullah 2º, da Jordânia, na Casa Branca

Nesta quinta-feira (24), a Casa Branca afirmou que o regime sírio "provavelmente" empregou armas químicas, no caso o chamado gás sarin, contra civis.

"O que temos no momento é uma conclusão da inteligência. Como eu disse, saber que armas químicas podem ter sido usadas na Síria não nos diz quando elas foram usadas ou como", disse. "Mas mantenho o que disse: o emprego de armas de destruição em massa contra populações civis cruza uma linha vermelha com respeito às normas internacionais e ao direito internacional. Isso será um fator decisivo."

Obama já disse que a eventual comprovação do uso de armas químicas pelas forças do ditador Bashar Assad poderia detonar uma intervenção militar no país.

Nos EUA, congressistas de ambos os partidos fizeram alertas de que a eventual inação diante do uso de armas químicas por parte da Síria poderia encorajar ações similares por parte de, por exemplo, Irã e Coreia do Norte.

Mais cedo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que "há provas limitadas, mas crescentes" do uso de armas químicas na Síria, o que qualificou como preocupante. "É uma prova limitada, mas há provas crescentes de que há uso das armas, provavelmente vindo do regime. Isso é extremamente sério, é um crime de guerra e deve ser levado muito a sério".

Nesta sexta, a oposição síria pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) que autorize o envio de forças de paz para tentar dar fim aos dois anos de crise na Síria.

Os rebeldes acusam o regime de Assad de usar armas químicas. Por outro lado, o regime acusa os insurgentes e grupos vinculados à rede terrorista Al Qaeda de terem utilizado o armamento contra civis em Aleppo, no norte do país.

Arte Folha

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