Folha de S. Paulo


Equipes de resgate acham 50 sobreviventes em prédio em Bangladesh

Equipes de resgate encontraram nesta sexta-feira 50 sobreviventes entre os escombros de um prédio de oito andares em Savar, perto de Dacca, capital de Bangladesh. O desmoronamento, na última quarta (24), deixou mais de 300 mortos.

Segundo o vice-diretor do Serviço Nacional de Bombeiros, Mizanur Rahman, os vivos foram localizados no fim da tarde (início da manhã em Brasília) em vários lugares do que era o terceiro andar do prédio, após cavarem túneis entre os escombros. Ele espera resgatá-los nas próximas horas.

Desde o início das buscas, paramédicos, policiais e bombeiros encontraram 72 pessoas vivas entre os restos da fábrica, dentre elas 41 encontradas na última madrugada em um cômodo que se manteve preservado após o desabamento. Outras 2.350 pessoas foram resgatadas.

A construção, que era ilegal, abrigava uma fábrica têxtil com cerca de 3.000 funcionários e não tinha saídas de emergência em quantidade suficiente. As autoridades locais ainda não possuem um número certo, mas dizem que mais de 300 pessoas morreram depois de o prédio desabar.

O desabamento provocou novos protestos contra as más condições de trabalho no setor têxtil. Os operários reivindicam mais segurança nas fábricas que, em sua maioria, ficam em prédios improvisados sem saídas de emergência e com construção precária.

Nas proximidades do local do acidente, milhares de pessoas fizeram uma manifestação contra o governo. Houve confronto com a polícia, que tentou dispersar a multidão com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Segundo os agentes, os moradores tentaram incendiar carros e lojas e atacar fábricas no caminho do ato. Os manifestantes pediam a prisão e a execução dos donos das confecções que funcionavam no prédio desabado em Savar.

As empresas do local produziam roupas femininas para a marca espanhola Mango e a britânica Primark, entre outras. As duas primeiras confirmaram suas relações com a confecção. Não há informações de que se há mais empresas estrangeiras que compravam material dos fabricantes.

O questionamento sobre as condições das fábricas vem aumentando no país desde que 11 pessoas morreram no incêndio de uma fábrica nos subúrbios de Dacca. Na ocasião, descobriu-se que a rede de supermercados Wal-Mart comprava material da dona da confecção, assim como outras marcas estrangeiras.


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