Folha de S. Paulo


Coreia do Norte rejeita diálogo com Seul para reabertura de Kaesong

A Coreia do Norte rejeitou nesta sexta-feira a primeira oferta formal de diálogo da Coreia do Sul para encerrar o bloqueio do complexo industrial conjunto de Kaesong, e respondeu ao prévio ultimato de Seul com a ameaça de "ser a primeira a tomar medidas".

"Pyongyang será a primeira a tomar medidas duras se o Sul insistir em piorar a situação na cidade fronteiriça", assegurou a Comissão Nacional de Defesa do militarizado regime norte-coreano através da agência estatal KCNA.

"O ultimato feito ontem pela Coreia do Sul só irá gerar resultados ruins", continuou, em referência à oferta de diálogo apresentada pelo governo sul-coreano junto à promessa de tomar "medidas sérias" caso não houvesse resposta do Norte.

Seul estendeu na quinta-feira a Pyongyang a primeira proposta oficial de diálogo para resolver o bloqueio do complexo industrial conjunto de Kaesong, dando ao país comunista um prazo de resposta até as 12h locais (0h de Brasília) de hoje.

A rejeição explícita da Coreia do Norte foi dada depois de encerrado esse prazo, enquanto na Coreia do Sul a presidente Park Geun-hye mantém uma reunião com vários ministros para decidir as medidas que serão tomadas.

No dia 5 de abril, a Coreia do Norte, que não autoriza novas entradas no complexo, apenas saídas, decidiu retirar os seus 54 mil empregados, em meio a uma dura campanha de ameaças contra Seul e Washington.

Desde então, permanecem suspensas as atividades em Kaesong, onde 123 empresas sul-coreanas fabricam diversos produtos aproveitando a barata mão de obra dos operários da Coreia do Norte, cujo governo obtém com esse projeto importantes remessas de divisas.


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