Folha de S. Paulo


Ministro francês diz que ataque na Líbia poderia ter sido 'uma carnificina'

O chanceler da França, Laurent Fabius, disse nesta terça-feira que o atentado contra a embaixada do país na Líbia teria sido uma carnificina se fosse horas mais tarde. A representação diplomática foi atingida por um carro-bomba que deixou dois feridos.

Esta é a primeira vez que uma embaixada é atingida em Trípoli desde a revolta que terminou com a queda do ditador Muammar Gaddafi, em 2011. Em setembro, o consulado americano em Benghazi, no leste líbio, foi atacado por insurgentes, que mataram três pessoas, incluindo o embaixador Christopher Stevens.

Fabius condenou o ataque, dizendo que "atinge não só a França, mas todos os países que lutam contra os grupos terroristas". O presidente François Hollande também condenou a ação e pediu cooperação à Líbia para investigar e encontrar os culpados.

"A França espera das autoridades líbias que esclareçam este ato inaceitável para que os autores sejam identificados e levados diante da justiça", declarou Hollande, que ordenou o envio de um representante a Trípoli para acompanhar as investigações.

Ainda não há detalhes sobre a autoria do ataque, mas a principal suspeita é de participação da Al Qaeda no Magrebe Islâmico, ramo da rede terrorista islâmica que atua no norte da África. O grupo ameaçou Paris com ataques após a ocupação do Mali, onde radicais islâmicos foram expulsos por tropas francesas em janeiro.

O ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mohammed Abdelaziz, chamou a ação de terrorista e disse que o governo local investigará o atentado. A ação, que ocorreu por volta das 7h locais (2h em Brasília), deixou dois feridos e a parte do prédio da embaixada destruído.

A situação de insegurança na Líbia, consequência da incapacidade do novo governo de impor sua autoridade, fez com que várias embaixadas ocidentais recentemente emitissem alertas aos seus cidadãos sobre os riscos de viajar ao país norte-africano.

As advertências de viagem estão centradas especialmente na cidade de Benghazi, e não em Trípoli. Desde a queda do regime de Muammar Gaddafi, em outubro de 2011, várias missões diplomáticas foram alvo de ataques no país.


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