Folha de S. Paulo


Aliança liberal não consegue deter colorado Cartes

A aliança informal entre o partido ultranacionalista Unace, fundado pelo general Lino César Oviedo, e os liberais há menos de um mês foi reforçada ontem como uma última tentativa de evitar a vitória do colorado Horacio Cartes.

O candidato à Presidência pela Unace (União Nacional de Cidadãos Éticos), Lino Oviedo Sánchez, acompanhou o candidato liberal, Efraín Alegre, e seu candidato a vice, Rafael Filizzola, em suas votações e passou boa parte do dia ao lado da chapa liberal em Assunção.

Sánchez, sobrinho do general Lino César Oviedo, foi indicado como candidato após a morte do tio, que era o nome do partido, em fevereiro, num acidente de helicóptero.

A opção por deixar, na cédula de votação, o nome do sobrinho, homônimo do general, sem o Sánchez --sobrenome que permite sua diferenciação do tio-- foi para que houvesse justamente a associação imediata com o general.

No entanto, no início de abril, Oviedo Sánchez anunciou a aliança e pediu votos para os liberais. A chapa, porém, continuou nas cédulas de votação, e o TSJE (Tribunal Superior de Justiça Eleitoral) anunciou que os votos de liberais e oviedistas seriam computados separados.

Inicialmente colorado, o general Oviedo ganhou popularidade ao participar do golpe para derrubar o também colorado general Alfredo Stroessner (1989). Foi levado a julgamento na década de 1990 após tentar derrubar o presidente Juan Carlos Wasmosy, e acusado de envolvimento no assassinato do vice paraguaio Luis María Argaña, em 1999.

Sob acusação, se refugiou na Argentina e no Brasil. Retornou ao Paraguai e fundou o novo partido em 2002. Ontem, o senador Jorge Oviedo Matto, líder do Unace, disse que a aliança com os liberais continuará firme por "mais dez ou 15 anos".


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