Folha de S. Paulo


Polícia de Boston diz que suspeitos atiraram 200 vezes em perseguição

A polícia de Boston informou nesta sexta-feira que os suspeitos do ataque à maratona da cidade, na tarde de segunda (15), dispararam 200 tiros durante a perseguição policial desta madrugada. Os agentes dizem que não encontraram ainda o segundo suspeito, que está foragido.

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Dzhokhar Tsarnaev, 19, fugiu após troca de tiros com a polícia no caminho entre as cidades de Cambridge e Watertown, nos subúrbios de Boston. Seu irmão, Tamerlan, 26, o primeiro suspeito, morreu durante confronto com os policiais.

O porta-voz da polícia estadual de Massachusetts, Tim Alben, acredita que o foragido ainda está no Estado. Mesmo com o suspeito à solta, o governador local, Deval Patrick, levantou o toque de recolher e ordenou a retomada do transporte público, após dez horas de suspensão.

Ainda que tenha aprovado a retomada, ele pediu à população manter o alerta para atitudes e objetos suspeitos e orientou os moradores a evitar contato com o suspeito. A polícia continuará a fazer as buscas na região de Watertown, que teve 20 quadras cercadas.

Segundo Alben, os agentes revistaram a maioria das casas com a ajuda de policiais de Boston e equipes do FBI, da SWAT e cães farejadores. Depois de doze horas de busca, foi encontrado apenas um carro sedã, que os agentes acreditam que tenha sido usado pelo segundo suspeito na fuga.

Ele ainda desmentiu que tenham sido achados explosivos em uma das casas, conforme informação divulgada mais cedo pela imprensa americana. A região terá o policiamento reforçado pelos próximos três dias, com ajuda de agentes estaduais e federais.

"Ainda há muito para fazer. Infelizmente, nós não tivemos pessoas suficientes para encontrar os suspeitos, mas não podemos continuar a fechar uma cidade ou um estado inteiros", disse o porta-voz.

PERSEGUIÇÃO

O porta-voz da polícia também descartou qualquer relação entre os suspeitos do atentado na maratona e o roubo a uma loja de conveniência, na noite de quinta (10). No entanto, não comentaram se os jovens mataram Sean Collier, 26, segurança do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês).

Os agentes atribuem aos jovens, que são irmãos, o roubo de uma camionete e o sequestro relâmpago do motorista. A vítima disse à rede de televisão NBC que foi liberada em um posto de gasolina e que os acusados disseram ser responsáveis pelo atentado.

Minutos depois, a polícia localizou o carro roubado e começou uma troca de tiros com os suspeitos. Os agentes afirmam que durante o tiroteio foram jogados "elementos explosivos" contra a polícia. Testemunhas dizem que os artefatos pareciam granadas, embora outras afirmam que viram bombas feitas com panelas de pressão.

Durante a troca de tiros, o agente de trânsito Richard Donohue, 33, que fazia a segurança de uma estação de metrô, foi baleado e gravemente ferido. Ele foi internado em estado grave com ferimentos graves na perna e precisou de transfusão de sangue.

Ainda não está claro como Tamerlan Tsarnaev foi morto durante a perseguição. Agentes da polícia dizem que ele portava cintos de explosivos, mas os médicos disseram que ele também tinha marcas de bala no corpo. Não se sabe se ele morreu em tiroteio ou após a explosão das bombas.

Após a ação, o segundo suspeito, Dzhokhar Tsarnaev furou o bloqueio da polícia e está foragido até agora. Não há informações precisas sobre de que forma ele fugiu, como ele saiu do local e a trajetória do suspeito nas últimas horas.

Os dois acusados, que a polícia acreditam que sejam irmãos, eram de origem tchetchena e viviam nos Estados Unidos legalmente.

Editoria de Arte/Folhapress

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