Folha de S. Paulo


Polícia continua busca por segundo suspeito de atentado em Boston

A Polícia de Boston continua na manhã desta sexta-feira as buscas para encontrar o segundo suspeito do atentado na maratona da cidade, que deixou três mortos e 176 feridos. Mais cedo, o primeiro acusado morreu em meio à perseguição policial, que durou toda a madrugada.

A ação começou após um policial ser morto no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), quando atendia a uma reclamação dentro do campus. Na perseguição, que se iniciou após a morte da universidade, outro agente foi gravemente ferido em um ataque a uma estação de trem.

O porta-voz da polícia de Massachusetts, Tim Alben, disse que a situação é grave e que o toque de recolher é para proteger a segurança pública. Segundo ele, a busca se concentra no indivíduo que estava de boné branco nas imagens divulgadas na quinta (18) pela polícia.

"Um dos suspeitos morreu, o outro está solto (...), armado e é perigoso", disse à imprensa o comissário da polícia de Boston, Edward F. Davis. "Este homem é um terrorista, veio aqui para matar gente."

A agência de notícias Associated Press informou que o acusado buscado se chama Dzhokhar Tsaenaev, 19, que mora em Cambridge há dois anos. Fontes ouvidas pela agência dizem que ele e o suspeito morto são irmãos e vieram da Tchetchênia, região separatista da Rússia.

A Casa Branca informou que todas as informações da operação são passadas ao presidente Barack Obama por integrantes da agência federal antiterrorismo.

O governador de Massachusetts, Deval Patrick, suspendeu todo o serviço de transporte público na região de Boston, em especial em Watertown, onde se concentram as buscas. O serviço federal entre Boston e o Estado de Rhode Island também foi suspenso.

As autoridades recomendaram que os moradores da cidade e de Newton, Waltham, Allston-Brighton e Cambridge fiquem em casa e que abram a porta para agentes da polícia em caso de eventuais revistas.

Além do transporte público e do toque de recolher, os tribunais e o comércio não funcionarão até segunda ordem. Também foram fechados o MIT, onde ocorreu a morte do policial, e a Universidade Harvard, ambos em Cambridge, no subúrbio de Boston.

O chefe de polícia de Watertown, Edward Deveau, pediu força à comunidade local ante os transtornos causados pela perseguição policial.

"Nós pedimos a todos que fiquem onde estão. Nenhum tráfego de veículos será autorizado até segunda ordem. Nenhum estabelecimento comercial está autorizado a funcionar. A comunidade de Watertown sempre esteve forte, precisamos que isso se mantenha hoje".

PERSEGUIÇÃO

A perseguição pelos suspeitos começou na noite de quinta (18), com forte efetivo policial, que inclui veículos blindados e helicópteros. Neste momento, a polícia cerca um shopping de Watertown, onde acreditam que esteja o segundo suspeito.

As autoridades temem que haja explosivos, em especial granadas, na área. Mesmo com o cerco, buscas estão sendo feitas nas casas da cidade. A ação, que envolve equipes da Swat, FBI e Departamento de Segurança, além de policiais estaduais de Massachusetts e a polícia de Boston.

A ação policial teve início por volta da meia-noite (1h em Brasília), após um tiroteio dentro do campus do MIT, em Cambridge, no subúrbio de Boston. Na ação, um policial que fazia a guarda da universidade foi morto. A universidade disse que a situação é "extremamente perigosa" e pediu aos estudantes que fiquem em casa.

Segundo as autoridades locais, durante a perseguição os suspeitos sofreram um acidente em um posto de gasolina e abandonaram o veículo. Testemunhas dizem que os fugitivos lançaram granadas de dentro do carro contra os agentes, como em uma perseguição de um filme de ação.

Após intensa troca de tiros, primeiro suspeito morreu. A polícia diz que o homem morto era o que estava de boné preto nas imagens das câmeras de segurança divulgadas ontem.

Editoria de Arte/Folhapress

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