Folha de S. Paulo


Chefe do FMI será interrogada em maio por escândalo de fraude fiscal

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, será interrogada em 23 de maio pela Justiça da França em uma investigação em um escândalo de fraude fiscal quando ela era ministra das Finanças do governo de Nicolas Sarkozy (2007-2012).

A informação foi divulgada nesta quinta-feira por seu advogado de defesa, Yves Repiquet. Segundo ele, sua cliente provará que não possui qualquer responsabilidade na diminuição da indenização dada ao empresário Bernard Tapie no caso da negociação da venda da Adidas para banco Crédit Lyonnais.

Ela vai depor na comissão de instrução do Tribunal de Justiça da República, integrada por magistrados e parlamentares, que é a única habilitada na França para julgar os ministros por fatos ocorridos no exercício de sua função.

Em Washington, Lagarde declarou que "não há nada novo". Isso "não muda em nada minha determinação, minha concentração e meu entusiasmo para exercer minhas funções como chefe do Fundo Monetário Internacional", disse, afirmando que espera ansiosamente poder responder a solicitação da Justiça.

Lagarde é acusada de beneficiar Bernard Tapie em 2007, enquanto era ministra das Finanças. Dono da Adidas e aliado do então presidente, Tapie recebeu € 400 milhões (R$ 1,02 bilhão) de indenização de um tribunal arbitral após a frustrada venda da empresa ao Crédit Lyonnais.

A operação entre a fornecedora de material esportivo e o banco público francês ocorreu no fim da década de 1990. Os críticos e a Promotoria afirmam que a indenização entregue a Tapie foi muito generosa. A atual chefe do FMI foi ministra das Finanças entre 2007 e 2011, pouco antes de ser nomeada ao fundo.

Ela substituiu outro político francês, o socialista Dominique Strauss-Kahn, que se envolveu em um escândalo sexual com uma camareira em um hotel de Nova York.


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