Folha de S. Paulo


Em funeral de Thatcher, bispo veta críticas e pede reconciliação

O bispo de Londres, Richard Chartres, afirmou nesta quarta-feira (17) que o funeral de Margaret Thatcher não é "a hora nem o local" para discutir o legado da primeira-ministra.

Numa clara referência aos protestos dos últimos dias, ele pediu respeito à família da conservadora e pediu gestos de "compaixão" e "reconciliação".

"Depois das tormentas de uma vida no coração das controvérsias da política, chega uma grande calma", disse, em sermão diante da rainha Elizabeth 2ª.

"Neste momento, o pastor não deve aspirar aos julgamentos próprios da política. Ao contrário: este é um lugar de compaixão e de reconciliação."

O bispo disse que a conservadora enfrentou preconceitos por ser mulher e por conciliar a criação dos dois filhos com a política. "A perseverança na luta e a coragem foram características de Margaret Thatcher".

O bispo disse ainda que Thatcher foi mal compreendida em sua criticada frase de que "não existe sociedade", só indivíduos, que se tornou um ícone do pensamento neoliberal. "Ela se referia a uma entidade impessoal, pela qual somos tentados a abrir mão da nossa independência", disse Chartres.

O caixão com o corpo da primeira-ministra entrou na catedral de São Paulo às 10h59 locais (6h59 de Brasília), um minuto antes do previsto, ao fim de um cortejo acompanhado por milhares de pessoas no centro de Londres.

Participam da cerimônia religiosa cerca de 2.300 pessoas, incluindo o primeiro-ministro David Cameron e seus antecessores John Major, Tony Blair e Gordon Brown.


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