Folha de S. Paulo


Análise: Populismo de esquerda está em xeque

A vitória magérrima de Nicolás Maduro, ainda mais com toda a máquina do chavismo em favor de sua candidatura, levanta dúvidas sobre o atual ciclo do populismo de esquerda na América Latina.

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Maduro terá um governo dificílimo à frente, com 1.001 problemas estruturais deixados por seu mentor, Hugo Chávez. Morto este ano, o presidente venezuelano foi o grande inspirador de governos populistas na região.

Se vencesse, a oposição liderada por Henrique Capriles também teria de enfrentá-los, mas sempre poderia falar em "herança maldita".

Na Argentina, a outra joia da coroa dos esquerdistas latino-americanos, o governo de Cristina Kirchner definha em quase todos os setores. O boliviano Evo Morales, símbolo do alastramento do populismo preconizado por Chávez, enfrenta queda na popularidade.

Rafael Correa, presidente do Equador, foge à regra após uma folgada reeleição este ano --mas cada vez mais é visto como uma espécie de Lula de seu país, rezando a cartilha da moderação e afastando-se dos arroubos do "bolivarianismo".

Naturalmente, esta análise precisa da prova do tempo. De todo modo, parece muito difícil que o time de Maduro, Kirchner e Morales tenha gás para continuar em campo por muito tempo.


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