Folha de S. Paulo


Zona do euro valida condições para resgate de Chipre

A zona do euro validou nesta sexta-feira as condições do plano de ajuda de € 10 bilhões a Chipre.

Ao final de uma reunião em Dublin, os ministros das Finanças dos 17 países chegaram a um acordo sobre o plano de ajuda cipriota, "que está em conformidade com os parâmetros e principais objetivos definidos" no final de março, declarou o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

Após a aprovação política, vários parlamentos nacionais deverão se pronunciar, entre eles o Bundestag alemão, o que deverá acontecer até o final do mês. Nicósia poderá então receber uma primeira parcela do empréstimo em maio.

A situação no país piorou nas últimas semanas e a ilha deverá pagar um tributo superior ao previsto em troca do empréstimo de € 10 bilhões prometidos pelos credores (FMI, UE e BCE).

Chipre precisará pagar €13 bilhões, seis vezes mais do que o previsto.

A maior parte da soma será proveniente da restruturação do setor bancário, por meio de uma punção das contas, incluindo dos depósitos acima de € 100 mil.

Será a primeira vez que correntistas pagarão por um resgate na zona do euro.

O porta-voz do governo cipriota, Christos Stylianides, garantiu nesta sexta que não estão previstas novas taxas sobre os depósitos bancários.

"A avaliação da Comissão Europeia, tal como foi anunciada ontem (quinta-feira) de forma alguma indica que será imposta uma recapitalização de fato aos bancos ou uma nova taxação aos correntistas", disse Stylianides.

As autoridades cipriotas deverão ainda realizar privatizações por pelo menos um bilhão de euros. Também está previsto um aumento dos impostos em € 600 milhões e a venda de reservas de ouro excedente por € 400 milhões.

"Chipre passará sem dúvida por momentos difíceis", reconheceu Dijsselbloem.

AJUDA

O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, afirmou a repórteres nesta sexta-feira que vai enviar uma carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, para que receba assistência extra dada a situação econômica da ilha.

Entretanto, segundo autoridades da UE, Chipre não está pedindo um resgate maior da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI) além dos € 10 bilhões já definidos, mas avalia usar antecipadamente fundos estruturais da UE para ajudar o crescimento do país.

Ministros das Finanças da zona do euro afirmaram que não há planos nem pedidos para elevar esse volume. O governo alemão disse que a contribuição da UE e do FMI para o resgate do Chipre não é negociável.


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