Folha de S. Paulo


Egito defende Exército de acusações durante Primavera Árabe

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, e o chefe do Exército egípcio desmentiram nesta sexta-feira o suposto relatório secreto do governo divulgado pelo jornal britânico "Guardian" segundo o qual militares do país teriam cometido assassinatos e torturas durante a revolta contra o regime de Hosni Mubarak, no início de 2011.

"As Forças Armadas são sinceras e não cometeram qualquer ato contra o povo egípcio desde 25 de janeiro de 2011 [data do início da revolta]. Não mataram ninguém, como alguns dizem", declarou o ministro da Defesa, general Abdel Fatah al Sisi, citado pela agência de notícias egípcia Mena.

Na véspera, Mursi promoveu três dirigentes militares, em uma clara demonstração de apoio ao Exército.

Em meados de 2012, o presidente formou, num contexto de forte tensão com o Exército, uma comissão de investigação sobre a violência aplicada durante a revolta.

O "Guardian" e alguns jornais egípcios divulgaram supostos trechos de um relatório da comissão, mas que ainda não foi publicado em sua íntegra e de maneira oficial. Os trechos acusam o Exército de promover tortura e desaparecimentos durante os 18 dias da revolta contra o regime de Mubarak, que recorreu aos militares na esperança de conter a sublevação, e nos meses seguintes.

O suposto relatório afirma, entre outras coisas, que a polícia de Suez estava autorizada a abrir fogo contra as multidões de manifestantes e que médicos do Cairo foram instruídos a operar os rebeldes feridos sem anestesia.


Endereço da página: