Folha de S. Paulo


OMS diz que surto de gripe aviária na China não é motivo para pânico

A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse nesta segunda-feira que o surto de gripe aviária que começou há duas semanas no leste da China não é motivo para pânico. Segundo as autoridades chinesas, 24 pessoas foram contaminadas pelo vírus H7N9 e sete pessoas morreram.

Devido à doença, mercados de aves vivas na China e aviários foram fechados e milhares de aves foram sacrificadas. O governo local ainda monitora 621 pessoas que estiveram próximas às pessoas contaminadas, mas ainda não foi registrado nenhum caso de transmissão do vírus entre humanos.

Segundo o representante da OMS na China, Michael O'Leary, houve apenas casos esporádicos por enquanto, o que não deve gerar reações exageradas ou pânico.

A diretora da Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar da China, Li Bin, disse no domingo estar confiante de que as autoridades conterão o vírus.

"É um número relativamente pequeno de casos sérios com implicações médicas e de saúde pessoal, mas não há neste estágio implicações conhecidas para a saúde pública", disse O'Leary a jornalistas numa entrevista coletiva conjunta com o governo chinês.

Mas ele alertou que as informações sobre o vírus continuam incompletas, mesmo havendo outros parecidos, como o H5N1, que provocou mais de 800 mortes no mundo desde 2003, e o H1N1, também conhecido como gripe suína, que causou a morte de mais de 500 pessoas no Brasil em 2009.

O surto da gripe aviária gerou preocupação global, e alguns jornais e usuários da internet chineses questionaram por que o governo demorou tanto para anunciar novos casos, especialmente porque duas das vítimas adoeceram em fevereiro.

Ações de companhias aéreas caíram na Europa e em Hong Kong por causa do temor de que o novo vírus leve a uma epidemia como a da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), que surgiu em 2002 na China e matou 10% das 8.000 pessoas contaminadas no mundo todo.

As autoridades chinesas inicialmente tentaram acobertar o surto. O governo diz que, no caso do H7N9, levou tempo até identificar corretamente o vírus.


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