Folha de S. Paulo


Confrontos deixam 44 feridos em festa de grupo liberal no Egito

Pelo menos 44 pessoas ficaram feridas neste sábado no Egito em confrontos entre jovens e a polícia durante festa dos cinco anos do Movimento Jovens 6 de Abril, um dos grupos que participaram da revolta que terminou com a queda do Hosni Mubarak (1980-2011).

O conflito aconteceu no mesmo dia em que oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em confrontos entre cristãos e muçulmanos na Província de Al Qalubiya, ao norte da capital Cairo. O confronto sectário foi condenado pelo presidente Mohamed Mursi, que prestou condolências às famílias dos mortos.

Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Manifestante carrega 'nota de dólar' com imagem do presidente Mohamed Mursi em protesto de grupo revolucionário no Egito
Manifestante carrega 'nota de dólar' com imagem do presidente Mohamed Mursi em protesto de grupo revolucionário no Egito

Segundo a agência de notícias Mena, houve ainda 43 feridos, sendo 39 no Cairo. Na cidade, os confrontos aconteceram ao lado do Tribunal Supremo, onde os agentes de segurança afastaram os manifestantes, que tentavam invadir o prédio, com bombas de gás lacrimogêneo.

A nota destaca que os participantes do protesto lançaram coquetéis molotov contra o edifício. Por sua parte, o Movimento 6 de Abril condenou em outro comunicado a atuação das forças da ordem. "O Ministério do Interior do regime responde aos lemas com gás lacrimogêneo e balas de chumbo", assinala a nota.

A organização convocou diversos atos para comemorar seu aniversário e aproveitar a ocasião para protestar contra Mursi, vinculado ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana. Antes do protesto, o movimento culpou antecipadamente o governo por qualquer ato de violência que pudesse acontecer no sábado.

Seu coordenador geral, Ahmad Maher, criou em 2008 junto a outros ativistas um grupo no Facebook denominado "6 de abril: Dia da Raiva" para fazer um dia de greve e protestos pacíficos em solidariedade com os trabalhadores têxteis de Mahala al Kubra, em Al Garbiya, no delta do Nilo.


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