Folha de S. Paulo


BCE mantém taxa de juros em mínima recorde de 0,75%

O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,75% nesta quinta-feira, enquanto observa se a economia deve se estabilizar ou se uma série recente de dados econômicos fracos pode concretizar o início de uma nova contração.

Em entrevista coletiva, o presidente do BCE, presidente Mario Draghi, disse que a entidade acompanhará de perto os dados econômicos das próximas semanas para analisar o impacto do anúncio sobre a inflação. "Vamos avaliar o impacto sobre as perspectivas para a estabilidade de preços", afirmou.

"As taxas de inflação caíram ainda mais, como esperado, e os preços a médio prazo deverão continuar contidos. As dinâmicas monetária e de crédito continuam reprimidas", disse Draghi, acrescentando que a política monetária acomodativa permanecerá enquanto for necessário.

A decisão desta quinta-feira marca o nono mês seguido em que o BCE não altera a taxa de juros. A autoridade monetária também manteve a taxa de juros sobre depósitos em 0% e a de empréstimos em 1,5%

Após sinais de estabilização da economia da zona do euro no início do ano, março mostrou retrocesso, uma vez que o Chipre escapou por pouco do colapso financeiro ao garantir resgate no último minuto, além de a Itália enfrentar o impasse pós-eleição.

A pesquisa Índice de Gerentes (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira mostrou que o declínio econômico da zona do euro continuou pesando no mês de março, marcado pela forte queda na atividade empresarial da França, que superou até mesmo Espanha e Itália.

A confiança econômica da zona do euro caiu após quatro meses de ganhos. As pesquisas mostraram que a indústria no bloco se aprofundou na recessão e que a inflação desacelerou para 1,7%, distanciando-se da meta do BCE de perto de 2%.

Autoridades do BCE se encontram agora diante de uma série de dados econômicos fracos e preocupações de que a Eslovênia pode seguir o Chipre e buscar resgate.

O BCE tem dado menos suporte à economia do que os bancos centrais de Japão, Estados Unidos e Reino Unido, que lançaram fortes programas de compras de ativos com novo dinheiro e cortes de juros para perto de zero.


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