Folha de S. Paulo


Desemprego no euro atinge 12% em fevereiro, em novo recorde

A taxa de desemprego na zona do euro atingiu novo recorde em fevereiro, chegando a 12% da população economicamente ativa dos 17 países da moeda única, segundo dados do Escritório Europeu de Estatísticas (Eurostat) divulgados nesta terça-feira.

O índice mostra a dificuldade da geração de postos de trabalho nos últimos meses na região, que é afetada pela crise financeira causada pelo aumento da dívida pública em diversos países. Novamente as taxas mais altas foram registradas na Grécia e na Espanha, dois dos países mais prejudicados pela crise.

Segundo o Eurostat, a taxa avançou 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. A Grécia lidera proporcionalmente, com uma taxa de 26,4% em dezembro, enquanto a Espanha obteve 26,3% em fevereiro.

Em Portugal, país que pediu resgate em 2011, o índice ficou em 17,5%, enquanto no Chipre chegou a 14%. A ilha do Mediterrâneo requisitou em março um socorro financeiro de € 10 bilhões (R$ 26 bilhões) aos credores internacionais --União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e FMI (Fundo Monetário Internacional).

Mesmo nos países menos afetados pela crise houve alta do desemprego em fevereiro. Na Alemanha, maior economia do euro, a taxa passou de 5,3% para 5,4%, assim como em Luxemburgo (5,5%), Áustria (4,8%) e Holanda (6,2%).

Os jovens continuam a ser o grupo etário mais afetado, com taxa de 23,9%, em comparação aos 22,3% de fevereiro de 2012. Assim como no índice geral, a situação mais crítica é da Grécia (58,4%) e da Espanha (55,7%), seguidos por Portugal (38,2%) e Itália (37,8%).

As taxas na maioria das economias da Europa são superiores aos 7,7% obtidos nos Estados Unidos no mesmo período. No Brasil, o percentual de desempregados no mesmo mês ficou em 5,6%.

ESPANHA

Nesta terça, o Ministério do Emprego da Espanha divulgou o número de desempregados para o mês de março. Em números absolutos, houve 5.035.243 desempregados, uma queda de 0,1% ou 4.979 postos a menos em relação a fevereiro.

Segundo o órgão, trata-se da primeira queda em março desde 2008, quando houve o início da crise imobiliária no país. Os números fornecidos mensalmente pelo ministério do Emprego são diferentes dos publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que utiliza um método de cálculo diferente e serve de referência.

Segundo o INE, a taxa de desemprego superou uma barreira histórica no fim de dezembro ao se situar em 26,02% da população economicamente ativa, com 5.965.400 desempregados.

Assim como outros países da Europa, a Espanha sofre com os efeitos das medidas de austeridade solicitadas pelo BCE sobre o crescimento econômico, o que influencia a taxa de desemprego.


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