Folha de S. Paulo


Justiça norueguesa nega permissão para que atirador acompanhe enterro da mãe

As autoridades norueguesas se negaram nesta terça-feira a conceder uma permissão ao ultradireitista Anders Behring Breivik, preso após os atentados de julho de 2011, para poder comparecer ao enterro de sua mãe.

A Direção Geral de Serviços Penitenciários alegou que o risco de segurança seria grande demais para acatar o pedido feito por Breivik, que através de um de seus advogados, Tord Jordet, anunciou que apelará da decisão.

Esse anúncio coincide com a decisão de manter extremista norueguês outros seis meses na zona de máxima segurança do presídio de Ila, situado ao oeste de Oslo. Desta forma, Breivik só poderá deixar a prisão em caso de urgência médica.

Em comunicado, Jordet criticou o fato das autoridades norueguesas terem decidido prolongar essa medida. Isso porque, anteriormente, o extremista chegou a abrir um processo contra o regime carcerário, já que, segundo ele, articula uma tentativa indireta de levá-lo ao suicídio.

"Entre queixas e denúncias, destacamos que a presença prolongada em um local como esse pode constituir em si mesma uma violação dos direitos humanos", declarou Jordet.

Breivik permanece em regime de isolamento especial desde sua prisão dia 22 de julho de 2011. Poucas horas antes, o extremista explodiu uma caminhonete bomba no complexo governamental de Oslo, causando a morte de oito pessoas.

Após o primeiro atentado, Breivik se dirigiu de carro à ilha de Utoya, ao oeste da capital, onde realizou um massacre no acampamento das Juventudes Trabalhistas, onde outras 69 pessoas forma mortas.

Em agosto de 2012, um tribunal de Oslo o condenou a 21 anos de prisão prorrogáveis de forma indefinida - a pena máxima, que pode ser comparada a uma prisão perpétua -, por considerá-lo criminalmente responsável pelos atentados.

Sua mãe, Wenche Behring, morreu na última sexta-feira aos 66 anos. Até o momento, a data e o local do enterro ainda não foram definidos.


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