Folha de S. Paulo


Argélia confirma que família de ditador líbio não está mais no país

A Argélia confirmou que Safia, a segunda mulher do ditador Muammar Gaddafi, morto em 2011, a filha Aisha e os dois filhos, Hannibal e Muhammad não estão mais na região de Staoueli, onde viviam desde que fugiram da Líbia em 2011, informou nesta segunda-feira o britânico "Guardian".

Omã e Venezuela já teriam oferecido asilo a membros da família do ditador, mas fontes dizem que eles podem ter se juntado a forças anteriormente leais a Gaddafi no Mali.

A Líbia já havia colocado Aisha e Hannibal na lista de alerta da Interpol, obrigando os Estados-membros a prendê-los.

Louafi Larbi - 14.abr.2011/Reuters
Aisha Gaddafi, filha do ditador líbio Muammar Gaddafi, durante evento pró-regime, em Trípoli, na Líbia
Aisha Gaddafi, filha do ditador líbio Muammar Gaddafi, durante evento pró-regime, em Trípoli, na Líbia

O advogado de Aisha, o israelense Nick Kaufman não quis comentar informações sobre a suposta fuga de sua cliente, mas disse que a estava representando em esforços para fazer com que a Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês) investigue a morte do pai dela.

"Eu fui realmente contratado por Aisha Gaddafi por uma questão discreta, qual seja, buscar a abertura de uma investigação na ICC sobre o assassinato de Muammar Gaddafi", disse ele ao Guardian.

A notícia do desaparecimento da família vem no momento em que o Egito e o Marrocos anunciaram ter prendido diversos membros proeminentes do governo Gaddafi que haviam fugido da Líbia, incluindo o primo dele, Ahmed Gaddafi al Dam, preso no Cairo.

Os três irmãos fugiram da Líbia durante a Primavera Árabe, enquanto forças rebeldes entraram em Trípoli em agosto de 2011.

Autoridades de Omã informaram que o país garantiu asilo a eles, mas a Líbia diz que é cedo para falar em possíveis pedidos de extradição.

ASILO

Um funcionário do governo de Omã disse à agência de notícias Reuters, em condição de anonimato, que os familiares de Gaddafi estão no país desde outubro, e que o pedido de asilo foi aceito, desde que eles não tenham nenhuma atividade ligada à política.

O ministro das Relações Exteriores da Líbia, Mohammed Abdelaziz, disse a jornalistas no Qatar que alguns membros da família de Gaddafi saíram da Argélia para Omã, e que o anúncio oficial dos países envolvidos seria feito posteriormente.

"Omã é um país soberano e tem o direito, como outros países, de receber pessoas que buscam asilo e membros da oposição política", disse ele em Doha.

"Tudo o que pedimos dos países que hospedam estas pessoas, sejam da família ou apoiadores do antigo regime (...), é que não sejam um fator negativo no caminho da revolução", acrescentou.

O filho mais famoso de Gaddafi, Saif al Islam, capturado por rebeldes há mais de um ano, compareceu a um tribunal líbio pela primeira vez em janeiro.

O país quer julga-lo junto a outras pessoas ligadas ao regime do ditador, apesar de Saif al Islam ter sido indiciado por crimes contra a humanidade pela Corte Criminal Internacional. Seu irmão Saadi está em prisão domiciliar em Níger.

Com agências de notícias


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