Folha de S. Paulo


Obama quer dar à Jordânia dinheiro para lidar com sírios

Barack Obama, presidente dos EUA, anunciou nesta sexta-feira que seu governo negocia com o Congresso um auxílio adicional de US$ 200 milhões para que a Jordânia lide com a chegada de refugiados da Síria.

A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa ao lado do rei jordaniano Abdullah 2º, cujo país tem recebido milhares de sírios diariamente --chegando a um total, hoje, de 460 mil, ou 10% de sua população.

Questionado por um repórter sobre se estudava fechar as fronteiras e impedir uma possível enxurrada de refugiados, conforme se agrava o conflito armado na Síria, Abdullah 2º afirmou que essa não é uma opção.

"Não podemos recusar crianças, mulheres", afirmou. Mas o monarca enfatizou, também, os custos financeiros e infraestruturais que a chegada de refugiados tem significado para o país.

A Jordânia é o único Estado árabe, além do Egito, a ter assinado tratados de paz com Israel. A monarquia é vista como essencial para as futuras negociações entre os israelenses e os palestinos.

PARTIDA

A visita de Obama --que se encerra hoje-- foi coordenada com os governos locais e contou com uma complexa operação logística, incluindo o fechamento de diversas vias em Jerusalém por três dias. A segurança em Israel foi feita por 15 mil policiais.

As últimas atividades do presidente foram atrapalhadas, porém, por um inimigo inesperado e incontrolável --uma tempestade de areia que pôs os moradores de Jerusalém para dentro de casa e forçou Obama a ir para Belém de carro, e não pelo ar, como era planejado.

O restante da passagem do presidente por Israel, antes de ir à Jordânia, foi permeada por simbolismos. Obama fez, por exemplo, homenagem no túmulo de Theodor Herzl, dito o pai do sionismo.

Foi um em uma série de gestos para conquistar o público israelense, descontente desde o já famoso discurso do Cairo, em 2009, quando Obama relacionou a criação do Estado de Israel ao genocídio de milhões de judeus. "Aqui em sua terra ancestral, que seja dito para que todo o mundo ouça que o Estado de Israel não existe devido ao Holocausto."


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