Herdeiro político de Hugo Chávez e candidato às eleições presidenciais da Venezuela no próximo dia 14, Nicolás Maduro não economizou palavras para mostrar publicamente sua lealdade ao líder, morto no último dia 5. Maduro pronunciou o nome de Chávez 3.456 vezes em apenas 16 dias.
De acordo com um site local, desde o dia da morte de Chávez, Maduro disse o nome de seu mentor cerca de 200 vezes por dia.
A apresentação da página diz: "É real o contador? Sim, dedicamos nosso tempo para seguir Maduro nas rádios e TVs e assim poder trazer as melhores estatísticas".
A página também contabiliza o número de vezes que o presidente interino pronuncia a palavra comandante, título com que os chavistas se referem ao líder.
Enquanto a campanha eleitoral ganha força, os opositores acusam Maduro de escorar sua campanha política na morte de Chávez.
Com milhões de fiéis seguidores de Chávez ainda afetados profundamente por sua morte, qualquer tentativa de menosprezar sua memória é delicada.
Maduro desafiou nesta semana a oposição, que assegura que o candidato da situação necessita de uma identidade própria.
"Se eles querem que não falemos de Chávez, nós cantaremos e gritaremos o nome de Chávez um milhão de vezes", disse.
"Se eles querem que esqueçamos de Chávez, nós vamos levá-lo em nosso coração, nas paredes, nas ruas, nas escolas, nas fábricas", disse durante um discurso, onde foi seguido por partidários que gritavam "Chávez vive, a luta segue".
O analista Russ Dallen, um observador da Venezuela, disse, ironicamente, que as constantes referências de Maduro a Chávez provocaram um "novo jogo".
"Escuta um discurso de Maduro (que obriga todos os canais de rádio e TV a transmiti-lo) e toma uma dose cada vez que ele disser Chávez (...) Infelizmente não há muito jogo, terminas bêbado nos primeiros 15 minutos", escreveu em nota.